Em sua 24ª edição, a pesquisa anual realizada pela ABRALEITE (Associação Brasileira dos Produtores de Leite) trouxe dados dos maiores laticínios do país. O ranking compreendeu doze empresas em 2020, uma a menos que em 2019.

Em sua 24ª edição, a pesquisa anual realizada pela ABRALEITE (Associação Brasileira dos Produtores de Leite) trouxe dados dos maiores laticínios do país. O ranking compreendeu doze empresas em 2020, uma a menos que em 2019.

ranking é realizado em parceria com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), a Organização das Cooperativas Brasileira (OCB), a Viva Lácteos, a Embrapa Gado de Leite e o G100 (Associação Brasileira das Pequenas e Médias Cooperativas e Empresas de Laticínios).

Este ano, a Aurora não participou da pesquisa. Outros grandes laticínios, como a Lactalis (hoje a maior compradora de leite do Brasil), Tirol, CCPR e Italac, também não participaram.

Confira a classificação na figura 1.

Figura 1. Ranking das maiores empresas de laticínios do Brasil em 2020, em mil litros.

210714 Carta Leite Tabela

*Classificação com base na recepção (produtores + terceiros) em 2020 das empresas que responderam à pesquisa
Fonte: ABRALEITE, CNA, OCB, CBCL, Viva Lácteos, Embrapa/Gado de Leite e G100 / Elaborado pela Scot Consultoria

O volume captado pelas doze empresas foi de 7,4 bilhões de litros, um aumento de 4,2% comparado a 2019. Esse crescimento é maior do que o apresentado pela Pesquisa Trimestral do Leite, do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que traz a produção formal no país, cujo incremento foi de 2,1% no período analisado.

Considerando os laticínios que participam do ranking, a produção de leite correspondeu a 29% da produção formal brasileira em 2020, segundo o IBGE. Em 2019, a captação dos maiores laticínios havia sido responsável por 31,7% da produção brasileira.

A média de produção por produtor foi de 480 litros por dia em 2020, contra 467 litros por dia em 2019, aumento de 2,8%. O número de produtores também subiu, em 1,3%, atingindo cerca de 29,3 mil produtores.

A estimativa da capacidade instalada de processamento de leite foi de 10,5 bilhões de litros de leite/ano, cerca de 28 milhões de litros/dia, redução de 6% em relação ao número de 2019.

Classificação dos laticínios

Piracanjuba (laticínios Bela Vista) ficou em primeiro lugar em 2020, tomando o lugar da Nestlé, que liderava o ranking há 23 anos, e que neste ano caiu para a terceira posição.

Essa condição se deu pelo aumento do volume captado pela Piracanjuba em 23,3% na comparação anual, com alta de 12,9% no número de produtores.

Já a Nestlé perdeu em volume captado 13,8% em 2020, frente a 2019, com queda de 29,5% no número de produtores. Apesar disso, aumentou em 10,2% a média diária produzida por produtor em relação a 2019.

Unium (cooperativas Frisia, Castrolanda e Capal, situadas no Paraná) ocupou a segunda posição e, mesmo com a queda do número de produtores, em 11,2%, teve aumento da produção em 3,3%.

Além da Nestlé, a Cativa registrou queda na produção, em 14,7%, e no número de produtores, em 13,5%, ocupando, assim, a oitava posição.

As três únicas empresas cujo número de produtores aumentou foram a Piracanjuba, a Embaré e a Frimesa.

Frimesa, que ficou na nona posição, teve incremento de 19,3% no volume produzido por produtor por dia, resultando na alta de 35,9% na produção, a maior variação do ranking.

Embaré, apesar da alta no número de produtores (21,9%), apresentou queda no volume produzido por produtor por dia, em 16,3%, assim como a Piracanjuba. Esse índice cresceu em dez das doze empresas do ranking.

Consideração final

A pandemia provocou alterações na produção de leite brasileira, em função dos desafios frente às altas dos custos de produção, condições climáticas adversas e quedo no consumo. Mesmo assim, a produção cresceu, principalmente a partir do incremento no volume produzido por produtor.

Dessa forma, os laticínios têm reduzido o número de produtores fornecedores e aumentado o volume diário por produtor, movimento já observado em anos anteriores.

As empresas que não participam do ranking representam os outros 71% do total de leite adquirido sob algum tipo de fiscalização.

Bryce Cunningham, um produtor de leite escocês, proprietário de uma fazenda orgânica em Ayrshire (Escócia), lançou um produto lácteo para agregar valor ao leite de sua fazenda, que é um produto de ótima qualidade, sem aditivos, e é um exemplo de economia circular.

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