Uma mudança recente nas regras de inspeção das importações de alimentos de origem animal tem atrasado a entrada no Brasil de itens como pescados, leite em pó, insumos e rações. Os atrasos — que, em alguns casos, chegam a até um mês — já criam problemas de abastecimento e podem encarecer esses produtos, sobretudo peixes, como salmão e merluza, provenientes da Argentina e do Chile.
Há relatos sobre carretas paradas há 30 dias nos portos secos de São Borja e Uruguaiana (RS) e sobre a formação de filas de caminhões, apurou o Valor — os veículos precisam aguardar até que o Vigiagro, órgão de defesa agropecuária ligado ao Ministério da Agricultura, libere a passagem das cargas. Empresários do setor de alimentos creditam os atrasos à velha e crônica falta de fiscais agropecuários e a dificuldades desses servidores de se adaptarem às novas normas, válidas desde agosto.
Até então, a fiscalização ocorria apenas nas fábricas, frigoríficos ou estabelecimentos registrados pelo Serviço de Inspeção Federal (SIF). No entanto, desde o dia 18 de agosto, a análise dos documentos precisa passar por uma central virtual antes de os produtos entrarem no Brasil. As cargas só podem ingressar no país após reinspeção na zona primária (aduana, portos, portos secos ou aeroportos).