De acordo com o comentarista Benedito Rosa, a medida tomada pelo governo não atende os pequenos e médios que sofreram com seca e pandemia
As chuvas voltaram ao Rio Grande do Sul, mas os efeitos da longa estiagem vão demorar para sair da lembrança e do bolso dos agricultores e pecuaristas. Endividados, produtores de leite estão tendo dificuldades para renegociar dívidas e buscar crédito.
Com um cenário de incerteza, o produtor Rafael Herman afirma que “o governo deveria intervir para que o produtor consiga chegar em uma instituição e buscar ajuda”.
De acordo com a Federação de Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), esses produtores já podem renegociar dívidas em até sete anos. O economista-chefe da entidade, Antônio da Luz, afirma que os produtores continuar pressionando os bancos e fazendo pedidos de renegociação.
O comentarista do Canal Rural Benedito Rosa afirma que essa questão é reincidente e vem de vários anos: os pequenos e médios produtores ficam vulneráveis às oscilações do mercado. Para resolver, segundo ele, seria necessária uma política visando a estabilidade mínima de renda.
“O governo tomou uma medida convencional e burocrática [a renegociação de dívidas]. O banco não oferece condições adequadas para aqueles com mais dificuldade em apresentar garantias de que vão pagar o que estão devendo”, afirma.
Benedito Rosa diz que o pequeno e médio produtor que sofre com a seca e pandemia deveria ter um atendimento especial, e que as medidas atuais não atendem nem rápida nem demoradamente.