O evento, promovido pelo Sistema Faesc/Senar-SC (Federação da Agricultura e Pecuária do Estado e Serviço Nacional de Aprendizagem Rural) reuniu mais de 700 pessoas entre produtores rurais do Oeste e Extremo Oeste, equipes do Senar/SC, prestadores de serviços, parceiros, presidentes de Sindicatos Rurais e outras lideranças.
O vice-presidente da Faesc, Enori Barbieri, destacou o quanto é representativo reunir o setor produtivo em um encontro como esse durante o TEC AGRO – evento que se destaca por apresentar tecnologias e inovações tanto na área do conhecimento quanto na demonstração de produtos e serviços expostos na feira. “A tecnologia é fundamental e o conhecimento é ainda mais importante. Muitos já viram em suas propriedades que, com pequenas ações, é possível aumentar a produtividade e a renda, mas sabemos que é sempre possível ir além, pois há uma infinidade de inovações que podem ajudar a nos tornarmos mais competitivos no mercado. Queremos ampliar a produtividade, reduzir custos e esperamos que o leite conquiste seu lugar no mercado internacional para que possamos crescer ainda mais”.
O superintendente do Senar/SC, Gilmar Antônio Zanluchi, cumprimentou toda a equipe da entidade e os prestadores de serviços pela concretização do seminário e, em nome do presidente do Sistema Faesc/Senar-SC José Zeferino Pedrozo, agradeceu a confiança dos produtores que dedicaram mais um dia ao conhecimento. “Os eventos são uma marca do Senar e só acontecem porque as nossas ações – a assistência técnica e gerencial, os treinamentos de Formação Profissional Rural e Promoção Social, entre outras – contribuem para a evolução, a produtividade e a melhoria de renda, graças à captação do conhecimento obtida com auxílio de excelentes profissionais da área técnica e de gestão. Temos um trabalho muito forte e queremos ampliar ainda mais. Importante mencionar que em muitas atividades atuamos de mãos dadas apoiados por uma entidade ímpar que é o Sebrae, irmanado com os termos do Sindicatos Rurais”, comentou ao falar sobre a necessidade constante da busca por inovações.
Em seguida, a coordenadora do programa no Estado, Paula Araújo Dias Coimbra Nunes, apresentou o Programa de Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) na área de Bovinocultura de Leite de SC. Destacou que o objetivo é executar um modelo que busque melhoria da produção, produtividade e qualidade, contribuindo com o aumento da renda e qualidade de vida do produtor e sua família. Assinalou que desde 2016 foram atendidos mais 5.200 produtores de leite em 209 municípios catarinenses e, ao apresentar as ações deste ano, realçou que o programa contabilizou 72 grupos com 2.050 produtores no Estado. Ao todo, foram realizados mais de 32 mil exames de tuberculose com 99,72% de resultados negativos. “Também promovemos 60 dias de campo e oficinas técnicas com 2.350 participantes e tivemos excelentes avaliações dos produtores. Foi um ano intenso e gratificante com participação expressiva do público-alvo e comprometimento de todas as nossas equipes para atingir os melhores resultados”.
O presidente do Sindicato Rural de Chapecó, Luiz Carlos Travi, e o vice-presidente regional da Faesc, Ricardo Lunardi, estiveram presentes e avaliaram de forma positiva o evento. Também destacaram que a ATeG tanto na pecuária leiteira quanto nos demais segmentos tem sido essencial para fortalecer a produtividade, a gestão e a implementação de práticas inovadoras nas propriedades.
PALESTRAS TÉCNICAS
Estratégias eficientes de aplicabilidade prática para o controle da mastite foi o foco da palestra da médica-veterinária, especialista em qualidade do leite e criação de bezerras e novilhas, Cristiane Maria Azevedo. Segundo a palestrante, a enfermidade é a de maior prevalência em qualquer fazenda leiteira, seja ela pequena, média ou grande. “Existe uma tríade de doenças que representam 80% das patologias das vacas leiteiras (mastite, os problemas reprodutivos e os de casco) e a mastite está no topo. Por isso, destacamos as principais medidas de controle”.
O objetivo, segundo Cristiane, foi apresentar medidas para reduzir novas infecções intra-mamárias; reduzir a duração da mastite, diminuindo os casos de vacas crônicas e aumentando a taxa de cura; corrigir fatores de risco na fazenda e implementar protocolos operacionais; manter a sanidade dos úberes das novilhas, vacas secas e em lactação para a produção de um leite de excelência; além de treinar e qualificar mão de obra na busca das metas e execução correta das tarefas de rotina com espírito de equipe e responsabilidade compartilhada.
Outra palestra abordou os “Doze pontos para viabilidade do produtor de leite em 2023” com o zootecnista, especialista em produção e nutrição de ruminantes, Renato Palma Nogueira. Segundo ele, atualmente vive-se um momento de transformação nas propriedades leiteiras onde o custo de produção tem apertado demais a propriedade média. “Observamos produtores ganhando muito dinheiro com a produção de leite porque são eficientes e metade perdendo muito por ineficiência em alguns aspectos. Nosso objetivo ao abordar os 12 pontos da fazenda de leite moderna foi demonstrar aos produtores quais são os estrangulamentos que, se não forem impedidos, poderão inviabilizar a produção ao longo do tempo. Se não mudarmos estaremos fora do jogo”.
De acordo com o palestrante alguns dos principais pontos incluem a produção de forragem, a gestão da qualidade da forragem, o controle leiteiro correto dos animais, ser bom na reprodução e na criação de bezerras e novilhas, descartar animais que trazem prejuízos e ter bons técnicos acompanhando o sistema de produção.
CASES DE SUCESSO
A expressão e a assertividade da ATeG na área do leite foram demonstradas com a apresentação de três cases de sucesso. O primeiro foi conduzido pelos produtores Diego Rodrigo Voltolini e Daniele Caroline Arnold (assistidos pela técnica de campo Raquel R. Fornazari, supervisor técnico Fernando Schneider e supervisora regional Grasiane Viêra); o segundo pelos produtores Volmir Vilanova e Sandra Fátima Vilanova (assistidos pela técnica de campo Cidiane Petkovicz Pozza, supervisor técnico Leandro Simioni e supervisor regional Helder Jorge Barbosa) e o terceiro pelos produtores Leomar Marcon e Neimar Marcon (assistidos pelo técnico de campo Marcelo Junior Foresti, pelo supervisor técnico Fernando da Silveira e pelo supervisor regional Helder Jorge Barbosa).