“O leite é comprado na região, de produtores locais, com controle de qualidade desde o campo até a hora que ele chega na indústria. A montagem dos queijos é manual. No caso do queijo La Lenda, por exemplo, produzimos somente cinco quilos por dia. A gente experimenta tudo. Partimos uma peça e avaliamos lote por lote. É esse o diferencial”, explica Juliana.
O “La lenda” foi premiado com a medalha ouro no concurso francês. Eu gosto bastante. É um queijo de casca preta, interior amarelado, macio e levemente adocicado. Bom pra comer sozinho mesmo, com uma taça de vinho Pinot Noir. O grande premiado, no entanto, foi o queijo Santo Casamenteiro, que levou a medalha “Super Ouro”. É um queijo azul (de mofo, semelhante ao gorgonzola) suave, montado com nozes e damascos. É um queijo de “festa”, digamos assim. Por ter essa composição de nozes e damascos, ele sozinho parece uma tábua de queijos. Vale a pena experimentar, servir para os amigos. Gosto de comer com torradas. Nos mercados paulistas, é vendido porcionado, na maioria das vezes, em triângulos. Todos os queijos da empresa onde a Juliana trabalha são feitos com leite pasteurizado. No Brasil, é muito difícil comercializar em grande ou pequena escala qualquer produto com leite cru – por questões sanitárias e de fiscalização.
“O mercado de queijo brasileiro está passando por uma transformação muito grande, o leite cru sempre foi muito marginalizado. Infelizmente a gente precisou de uma valorização lá fora, pra depois ser valorizado aqui. Agora, o consumidor brasileiro está buscando valores diferentes, mas ainda temos um consumo de queijo muito baixo aqui em comparação dos outros países”, revela Juliana.