Encontrar vacas pastando por aí não é lá uma novidade. O que muita gente não sabe é que o esforço para digerir o capim gera gás carbônico e metano, que contribuem para o efeito estufa.
“A turma costuma acusar o pum da vaca, mas na verdade a grande emissão é através da eructação, o popular arroto“, explica o produtor de leite e pesquisador Luis Fernando Laranja. Ele contou ao podcast “De onde vem o que eu como ” como conseguiu neutralizar a emissão de gases para produzir um leite carbono neutro. O episódio também detalha o que são os leites zero lactose, integral e desnatado. Ouça abaixo:
3 tópicos para entender a produção de leite carbono neutro:
- Alimentação das vacas
O produtor Luis Fernando Laranja conta que o tipo de alimento das vacas interfere na emissão dos gases poluentes. “Se nós usamos mais grãos e menos capim na dieta, há uma menor produção de metano“, destaca.
Outra opção é usar aditivos na alimentação dos animais, que têm a função de ajudar na digestão e diminuir as emissões em até 50%.
- Plantio de árvores
Os ajustes na dieta das vacas não são suficientes para neutralizar a liberação de gases do efeito estufa.
Por isso, é necessário plantar árvores nativas, que absorvem gás carbônico da atmosfera durante o crescimento. As plantas oferecem sombra e até alimento para os animais, dependendo da espécie.
Plantio de árvores ajuda a compensar emissão de gases e fornece sombra aos animais. — Foto: Fabio Bonini
- Animais mais produtivos
A busca por vacas que produzam mais leite é uma maneira de diminuir o impacto da emissão de gases. Quanto mais litros um animal produz, menor a pegada de carbono em cada litro da bebida.
O gado do Luis Fernando Laranja vem do cruzamento entre as raças simental, holandesa e jersey.
Outros fatores também entram na conta: a emissão de gases nos dejetos dos animais e na geração de energia elétrica para o resfriamento do leite.
É possível expandir esse sistema de produção?
Um leite carbono neutro significa que as emissões de gases que contribuem para o efeito estufa foram neutralizadas durante a produção do alimento.
Para Luis Fernando, expandir este sistema de produção é possível, e representa uma estratégia de sobrevivência no longo prazo para todas as proteínas animais.
“Há um movimento muito acelerado dos consumidores, que vão exigir produtos cada vez mais adequados ambientalmente”, completa.