O uso de antimicrobianos nas propriedades leiteiras ainda é a principal terapia utilizada para doenças infecciosas, sobretudo em casos de mastite clínica e de vaca seca.

O uso de antimicrobianos nas propriedades leiteiras ainda é a principal terapia utilizada para doenças infecciosas, sobretudo em casos de mastite clínica e de vaca seca. No entanto, casos de mastite subclínica (MSC), ou seja nos quais os animais apresentam aumento na contagem de células somáticas (CCS) e as vacas não apresentam sintomas, resultam também em perdas econômicas.

Por consequência desse tipo de mastite, as vacas produzem menos leite e têm CCS elevada e também alto risco de desenvolver um caso de mastite clínica. Além disso, vacas com MSC podem também vir a ser fonte de contaminação por patógenos contagiosos.

Sendo assim, fica o questionamento: vale a pena tratar vacas com mastite subclínica durante a lactação? Com isso podemos pensar em diversos fatores associados, como:

  • Qual o patógeno que está presente na infecção?
  • Como está a saúde da vaca?
  • Qual é o histórico de saúde da vaca?
  • Esse é um caso crônico de mastite?

Todas essas questões são importantes para entender a necessidade ou não do tratamento durante a lactação.

Estudo avalia casos de MSC a longo prazo

Um estudo realizado por Van der Borne e colaboradores (2019), na Holanda, teve como objetivo avaliar a longo prazo os efeitos da terapia antimicrobiana em casos de MSC recém adquirida durante a lactação.

Foi avaliado também a ocorrência de mastite clínica, contagem de células somáticas e produção de leite individual posteriormente na lactação.

No total, foram avaliados 486 animais com 638 quartos mamários com MSC, originados de 38 rebanhos. Dos quartos mamários citados, 229 receberam tratamento antimicrobiano.

Os principais resultados obtidos no estudo foram:

  1. O tratamento com antimicrobianos em vacas com casos de MSC recente não interferiu nos possíveis futuros casos de mastite clínica (MC). Ou seja, não houve significativo impacto na prevenção dos de novos casos de MC;
  2. O tratamento não interferiu nos casos de MSC. Isso significa que não foi apresentado melhoras em relação a produção de leite dos animais;
  3. A CCS foi o único parâmetro que apresentou significativa melhora com o tratamento, com redução dos níveis pós-tratamento.

Conclusão

De forma geral, o tratamento de casos de MSC durante a lactação não seria o melhor caminho quando utilizado rotineiramente, visto que não interfere nos principais parâmetros avaliados e acaba indo contra a redução do uso de antimicrobianos na produção leiteira.

É de suma importância focarmos na prevenção de novos casos de mastite, sendo assim é essencial conhecermos o perfil microbiológico dos mesmos para que seja possível alinhar e melhorar manejos, evitando novos casos de mastite, principalmente de patógenos de origem contagiosa.

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