O volume de importações brasileiras de lácteos vem caindo desde o final do ano passado, mas um efeito de “inércia” nas muitas contratações de volumes (principalmente originados no Mercosul) nos últimos meses de 2020 ainda refletem nos volumes de janeiro e fevereiro.

O volume de importações brasileiras de lácteos vem caindo desde o final do ano passado, mas um efeito de “inércia” nas muitas contratações de volumes (principalmente originados no Mercosul) nos últimos meses de 2020 ainda refletem nos volumes de janeiro e fevereiro.

Até dia 23/02, como mostra o gráfico 1, os volumes de fevereiro (aferidos pela média diária importada) foram 9% menores que os de janeiro/2021 mas ainda 65% maiores que as compras externas realizadas em fevereiro do ano passado.

Gráfico 1. Importações brasileiras de lácteos – dados parciais até a terceira semana de fev/21.

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Fonte: elaborado pelo MilkPoint Mercado com base em dados do Ministério da Economia

Como mostra o gráfico 2, seguindo o atual ritmo de chegada de volumes externos, fecharemos fevereiro/2021 com mais de 120 milhões de litros importados, um crescimento de 74% no mês. É bastante coisa!

Gráfico 2. Importações lácteas em equivalente litros de leite fresco (fev/21 estimado).

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Fonte: elaborado pelo MilkPoint Mercado com base em dados do Ministério da Economia e do ComexStat

Apesar das importações (ainda) serem vistas como as vilãs do mercado, é do comércio exterior que pode vir alguma esperança de aumento da demanda por lácteos brasileiros. Ocorre que, por uma série de razões (sugerimos que ouçam o podcast com a Martina Holtz, da Interfood – para ouvir agora, clique aqui), os preços no mercado internacional estão subindo e, com uma taxa de câmbio oscilante mas também com alguma elevação, surge uma provável janela de oportunidade de exportação de derivados lácteos brasileiros.

Como mostra o gráfico 3, os preços em dólar do leite em pó integral aqui no nosso mercado, normalmente acima do mercado internacional, atingiram os mesmos patamares que lá fora e podem ser competitivos no curto prazo.

Gráfico 3. Leite em pó integral industrial brasileiro vs. leite em pó integral no GDT.

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Fonte: leilão GDT e MilkPoint Mercado

Em dólares por tonelada, os atuais patamares de preços no Brasil são semelhantes aos do último leilão GDT (algo próximo de US$ 3.615/ton) e, conforme assinalamos no gráfico, os preços futuros do GDT até junho/21 indicam manutenção dos atuais patamares (pelo menos!).

É a primeira vez em 7 anos que o leite em pó integral brasileiro iguala aos patamares internacionais de preços! De fato, segundo alguns traders, já há propostas próximas a US$ 3.600/ton pelo leite brasileiro e é possível que tenhamos negócios fechados nas próximas semanas!

Qualidade, confiabilidade e boa execução nas vendas são o grande desafio para nossas empresas nesta possível nova entrada no mercado internacional. De qualquer forma, num ano que começou com uma cesta de notícias negativas, um possível escoamento de volumes para exportação é algo bastante positivo.

Agregando neste cenário um novo “corona voucher” e considerando uma queda sazonal de produção de leite (tanto no sul quanto no Sudeste e Centro Oeste), podemos começar a ver um cenário diferente de oferta & demanda de leite aqui no nosso mercado, mais positivo para indústrias e produtores. A conferir!

 

Bryce Cunningham, um produtor de leite escocês, proprietário de uma fazenda orgânica em Ayrshire (Escócia), lançou um produto lácteo para agregar valor ao leite de sua fazenda, que é um produto de ótima qualidade, sem aditivos, e é um exemplo de economia circular.

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