Governo pernambucano adota medidas para inibir a entrada do produto in natura do estado

A Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Alagoas decidiu recorrer ao governador Renan Filho para evitar a queda nas vendas do leite in natura para Pernambuco. Na última sexta-feira (3), o presidente da Faeal, Álvaro Almeida, protocolou ofício, no Palácio República dos Palmares, em que solicita a intercessão de Renan, junto ao governador pernambucano, para que não adote medidas que inibam a entrada do produto alagoano no estado vizinho. Almeida também sugere que Alagoas conceda isenção momentânea do ICMS pago na saída do leite in natura.

O pedido do presidente da Faeal atende ao pleito do Sindicato dos Produtores de Leite de Alagoas – Sindileite – e também já chegou ao conhecimento do secretário de Estado da Fazenda, George Santoro. É uma reação às medidas adotadas recentemente pelo governo de Pernambuco, que desde o último dia 1º passou a recolher 6%, além dos 12% de ICMS, para indústrias do ramo de laticínios que comprarem leite alagoano.

Atendendo ao clamor dos produtores pernambucanos – que apontam o leite alagoano como responsável pela baixa dos preços – o governo de Pernambuco também pretende adotar medidas para que a Lactalis do Brasil, multinacional de produtos lácteos com fábrica instalada no município de Bom Conselho (PE), reduza o volume de compras em Alagoas. Hoje, a Lactalis é a maior consumidora do leite dos produtores alagoanos, com uma captação média de 120 mil litros por dia.

“Desde 2011, a Lactális, ainda como Perdigão, compra mais leite em Alagoas do que em Pernambuco – e pagando ICMS. Isso se dá por motivos relevantes, como o volume concentrado em uma distância pequena, regularidade da oferta ao longo do ano e qualidade do produto. A queda nessas vendas afetará diretamente os produtores alagoanos, porque as indústrias de Alagoas não têm condição de absorver todo esse leite”, afirma o presidente do Sindileite, André Ramalho.

“Este assunto será tratado numa reunião com a diretoria de relacionamento institucional da Lactalis e o governo pernambucano nesta quinta-feira, dia 9, em Recife. Diante da urgência, solicitamos a Vossa Excelência interceder junto ao governador daquele Estado, no sentido de que não seja adotada nenhuma medida que prejudique a captação de leite produzido em Alagoas, feita pela referida empresa”, solicita Álvaro Almeida, em ofício enviado ao governador Renan Filho.

No documento, o presidente da Faeal ressalta que as indústrias alagoanas também compram leite in natura pernambucano. “As bacias leiteiras dos dois estados possuem características semelhantes e estão geograficamente ligadas. Fornecermos, para Pernambuco, palma forrageira, cana-de-açúcar, bagaço de cana e mandioca, para alimentação do rebanho, contudo, o saldo da balança comercial é amplamente favorável àquele estado, que compra matéria-prima alagoana e retorna com produtos industrializados”, avalia Álvaro Almeida.

 

Bryce Cunningham, um produtor de leite escocês, proprietário de uma fazenda orgânica em Ayrshire (Escócia), lançou um produto lácteo para agregar valor ao leite de sua fazenda, que é um produto de ótima qualidade, sem aditivos, e é um exemplo de economia circular.

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