Pagar pelo que realmente interessa ao produtor e produzir o que realmente a indústria precisa é a condição dos sonhos de toda cadeia produtiva.
GERAL035 ESTEIO-RS, BRASIL, .08.11: Ordenha mecânica de vaca Holandesa. Foto: Eduardo Seidl/Palácio Piratini Usada em 28-06-19 Usada em 27-08-19 Usada em 26-11-19 Usada em 30-01-20 Usada em 04-05-20 Usada em 03-07-20

 

Pagar pelo que realmente interessa ao produtor e produzir o que realmente a indústria precisa é a condição dos sonhos de toda cadeia produtiva. Em Lavras, no Sul de Minas, a Verde Campo trabalha há seis anos junto com produtores da região para, efetivamente, cumprir essa missão.

O programa “Mais Leite Mais Sólidos” entra agora na sua fase mais importante: a remuneração realizada de acordo com o índice de sólidos totais (proteína, gordura e lactose). A prática, já comum em países como a Austrália e Nova Zelândia, é pioneira no Brasil. Em média, a remuneração paga ao produtor pode crescer até 18% em relação ao sistema de pagamento por litro.

De acordo com o gerente de Captação da Verde Campo, Sávio Santiago, o projeto começou dando apoio técnico aos pequenos produtores da região. “A composição do leite varia de 88% de água e 12% de sólidos até 85% de água e 15% de sólidos. O que dá origem aos produtos derivados como queijo, iogurte, requeijão, entre outros, são os sólidos. Essa é a parte que interessa para a indústria. Sem informar que no futuro passaríamos a fazer esse tipo de pagamento, começamos a preparar os produtores em 2014. Entramos com apoio genético e também levando veterinários para cuidar da alimentação do gado dentro das fazendas. Agora chegamos a um ponto que o retorno financeiro já é possível e podemos implantar o pagamento por sólidos”, explica Santiago.

Ao longo do programa, a Verde Campo já investiu cerca de R$ 6 milhões. Em uma semana, cerca de 15% da rede de fornecedores da Verde Campo já aderiu ao novo modelo de remuneração e a expectativa é de que chegue a 40% em 60 dias. Serão cerca de 80 produtores, capazes de produzir entre 50 mil e 60 mil litros por dia, instalados em um raio de 150 quilômetros em torno de Lavras.

Benefícios amplos – Se, de um lado, a remuneração por sólidos promete ser maior e mais justa para o produtor, de outro, a elevação dos índices de presença do componente aumenta o resultado da fábrica, que recebe um insumo de maior rendimento. Impacta diretamente, também, a cadeia logística, que faz menos viagens para entregar o mesmo resultado final. Isso significa diminuição nos custos e menor impacto ambiental, reduzindo a emissão direta de carbono na atmosfera, e outros ganhos menos visíveis, como aqueles envolvendo os desgastes de materiais.

“A gente já tem um leite diferenciado em padrões físico-químicos, comparável aos melhores europeus, aqui na região. Agora esse leite vai ficar ainda mais rentável para a indústria e, por isso, podemos recompensar os produtores que aceitaram participar de um programa que visava a melhorar a qualidade do produto sem saber que poderiam ter uma remuneração a mais por isso. O Sul de Minas já é uma ilha de excelência, e iniciativas como essa têm potencial para transbordar o nosso raio de ação. Já recebemos consultas de produtores que querem saber como o projeto funciona”, comemora o gerente de Captação da Verde Campo.

 

A partir de segunda-feira, 18 de novembro, agricultores se mobilizam contra o acordo de livre-comércio entre a Europa e cinco países da América Latina, rejeitado pela França. François-Xavier Huard, CEO da Federação Nacional da Indústria de Laticínios (FNIL), explica a Capital as razões pelas quais o projeto enfrenta obstáculos.

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