A indústria de laticínios Damare Alimentos vai investir R$ 50 milhões na ampliação de sua unidade em Muribeca, no estado de Sergipe, com apoio do governo estadual. O projeto, que prevê início das novas operações no começo de 2026, promete dobrar a capacidade produtiva da planta e consolidar o município como um dos polos do setor lácteo no Nordeste.
Segundo informações da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico, da Ciência e Tecnologia (Sedetec) e da Companhia de Desenvolvimento Industrial de Sergipe (Codise), o governo tem desempenhado papel decisivo para fortalecer a cadeia do leite na região, com incentivos fiscais e suporte técnico por meio do Programa Sergipano de Desenvolvimento Industrial (PSDI).
Expansão com impacto direto no setor lácteo
De acordo com o presidente da Damare Alimentos, Claudio Rezende, a unidade de Muribeca atualmente processa 250 mil litros de leite por mês, e a expansão elevará essa capacidade para 500 mil litros mensais.
“Aquela unidade é muito forte em leite UHT, leite condensado, creme de leite, creme culinário e achocolatado. Vamos ampliar a linha”, afirma Rezende.
A duplicação da produção é um movimento estratégico para atender à crescente demanda por produtos lácteos industrializados no Nordeste, região que ainda depende fortemente de fornecimento interestadual para suprir o consumo interno.
Reativação e retomada industrial
A Damare chegou a Sergipe em 2022, após adquirir a antiga Sabe Alimentos, e reativou as linhas de produção da fábrica em Muribeca com um investimento inicial de R$ 100 milhões. Em março de 2023, as operações foram oficialmente retomadas, marcando o retorno da produção de leite e derivados no município.
O novo investimento de R$ 50 milhões representa a segunda fase do projeto de expansão, que consolida o plano de crescimento da empresa no estado e reforça a importância de políticas de incentivo industrial.
“Estamos de portas abertas para apoiar novos projetos que impulsionam o setor industrial de Sergipe. Essa expansão representa diversificação econômica, geração de empregos qualificados e interiorização do desenvolvimento, com destaque para o baixo São Francisco sergipano”, destacou Ronaldo Guimarães, diretor-presidente da Codise.
Incentivos que fortalecem o desenvolvimento regional
A Sedetec e a Codise são as responsáveis pela gestão do PSDI, programa que concede incentivos fiscais e apoio logístico para empresas que se instalam ou expandem suas operações em Sergipe.
Segundo Valmor Barbosa, secretário da Sedetec, a ampliação da Damare é um exemplo de como a parceria entre o poder público e o setor produtivo pode gerar resultados concretos.
“Trata-se de uma expansão muito significativa, com um investimento de R$ 50 milhões. Isso significa mais vagas de emprego, maior desenvolvimento para a região e um impulso importante para a economia local”, ressaltou Barbosa.
Além dos impactos diretos na geração de empregos, o projeto deve beneficiar produtores rurais e transportadores que atuam na cadeia do leite, fortalecendo o ecossistema agroindustrial do estado.
Sergipe consolida protagonismo no Nordeste
A iniciativa da Damare reforça o protagonismo de Sergipe como destino atrativo para investimentos industriais no Nordeste. Com o PSDI, o estado vem se posicionando como um ambiente favorável para negócios que buscam competitividade e incentivos fiscais sustentáveis.
A política de atração de investimentos do governo sergipano tem se concentrado em setores estratégicos como alimentos e bebidas, energias renováveis, tecnologia e indústria de transformação — áreas vistas como fundamentais para diversificar a economia local e reduzir desigualdades regionais.
Para a Damare, o estado oferece não apenas incentivos, mas também proximidade com grandes centros consumidores do Nordeste, além de acesso logístico estratégico para distribuição regional.
O que muda para o produtor e para o mercado
A ampliação da capacidade produtiva em Muribeca cria uma nova oportunidade para pecuaristas locais que poderão ampliar o fornecimento de leite para a indústria. O aumento da demanda tende a estimular a produção primária, promover maior formalização e garantir previsibilidade de compra e preços mais estáveis.
Além disso, o fortalecimento do parque industrial lácteo ajuda a reduzir custos de transporte e perdas logísticas, melhorando a competitividade dos produtos fabricados no estado.
Com a nova fase da Damare, Sergipe dá mais um passo para consolidar sua presença no mapa da indústria de laticínios do Brasil — um movimento que, além de gerar empregos e renda, reforça a importância da política pública de incentivo à industrialização.
*Adaptado para eDairyNews, com informações de AJN1