O Parque Tecnológico do Leite se consolidou como um dos principais cases de inovação apresentados durante o Impacta Campos Gerais 2025, evento que reuniu ao longo da semana representantes do poder público, universidades, cooperativas, startups e empreendedores ligados ao ecossistema regional de inovação. A iniciativa foi destacada como um projeto estruturante para o futuro da cadeia láctea paranaense, combinando ciência aplicada, tecnologia de ponta e foco direto no setor produtivo.
Organizado pelo Sebrae-PR, o Impacta Campos Gerais teve como objetivo fomentar negócios, estimular conexões estratégicas e acelerar projetos com impacto concreto na economia regional. Entre os participantes estiveram as secretarias estaduais da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti) e da Inovação e Inteligência Artificial (Seia), além da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), atores centrais na concepção do Parque Tecnológico do Leite.
O tema abriu o primeiro painel do evento, intitulado “O futuro dos Campos Gerais: case Parque Tecnológico do Leite”. Na ocasião, o vice-reitor da UEPG, Ivo Mottin Demiate, detalhou a estrutura científica que será implantada junto à Castrolanda, em Castro, município reconhecido como capital nacional do leite. Segundo ele, o projeto já conta com apoio financeiro consistente da Fundação Araucária para aquisição de equipamentos e desenvolvimento das atividades de pesquisa.
De acordo com Demiate, o Parque Tecnológico do Leite nasce com a missão de transformar conhecimento científico em soluções concretas para o setor. A estrutura contará com equipamentos avançados, como biorreatores, plantas de filtração e laboratórios de alto padrão, voltados tanto à pesquisa quanto à inovação aplicada. Para o vice-reitor, o parque representa um marco para os Campos Gerais, ao unir liderança produtiva, excelência acadêmica e geração de novos negócios.
O projeto foi anunciado oficialmente em agosto pelo governador Carlos Massa Ratinho Junior e prevê um aporte estadual de R$ 20 milhões. O investimento tem como foco o desenvolvimento de tecnologias que ampliem a competitividade da cadeia leiteira, com atenção especial às demandas dos pequenos produtores. A expectativa é elevar indicadores de produtividade, rentabilidade e sustentabilidade, alinhando o setor às exigências de mercados cada vez mais sofisticados.
Representando a Seti, o diretor de Ciência e Tecnologia, Marcos Aurélio Pelegrina, também participou do painel e reforçou a importância do arranjo institucional construído nos Campos Gerais. Segundo ele, a articulação entre UEPG, Seti e Fundação Araucária viabiliza a instalação de estruturas estratégicas, como o laboratório Bioplat de biotecnologia, dentro do Parque Tecnológico do Leite. Para Pelegrina, trata-se de um momento decisivo para uma região que já demonstra vocação para inovação.
A Secretaria da Inovação e Inteligência Artificial também marcou presença no evento. O diretor de Inovação, Thiago Rodrigo da Silva, destacou o papel das conexões promovidas pelo Impacta Campos Gerais para dar visibilidade às startups e aproximá-las do mercado. Ele ressaltou que o evento inaugura uma agenda contínua de iniciativas voltadas à inovação regional e apresentou mecanismos de financiamento direto via fundos estaduais para municípios interessados em investir em novos negócios tecnológicos.
Além das secretarias estaduais e da universidade, o Impacta Campos Gerais reuniu um amplo conjunto de atores do ecossistema de inovação, incluindo cooperativas, investidores, pequenos empreendedores e instituições de apoio. A Agência de Inovação e Propriedade Intelectual (Agipi) e o Centro de Educação Empreendedora (CEE), ambos vinculados à UEPG, participaram com startups e empresas pré-incubadas, reforçando o papel da universidade como indutora do empreendedorismo tecnológico.
Ao ser apresentado como case no Impacta, o Parque Tecnológico do Leite reforça a estratégia do Paraná de posicionar a inovação como eixo central do desenvolvimento do agronegócio. A iniciativa sinaliza uma mudança de patamar para a cadeia láctea, ao integrar ciência, produção e mercado em um mesmo ambiente, com potencial de gerar soluções escaláveis e fortalecer a bioeconomia brasileira a partir do leite.
*Escrito para o eDairyNews, com informações de Diário Indústria & Comércio – Notícias






