Presidente da Federação Mundial de Lácteos está em Mato Grosso do Sul e vai debater estratégias para elevar setor.
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Piercristiano Brazzale afirma que investimento nas áreas de tecnologia, logística e sistemas silvopastoris é o primeiro passo para melhorar cenário regional - Foto: CBN Campo Grande
O presidente da Federação Mundial de Lácteos (IDF), Piercristiano Brazzale, está em Campo Grande para tratar das perspectivas e tendências do setor leiteiro. A reunião de estratégias realizada nesta quinta-feira (27), trouxe informações sobre o papel dos laticínios em sistemas alimentares sustentáveis.

Dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), mostram que o Brasil está em 3º lugar no ranking internacional de produção de leite, sendo produzidos cerca de 34 bilhões de litros por ano. Brazzale destaca a potencialidade do estado para reverter o cenário atual, que remete à baixa produção.

“Tem que ter a base científica para fazer isso, portanto tem que escolher a genética correta, pois aqui tem um clima subtropical, então não pode colocar vaca holandesa. Deve se analisar a raça de acordo com o ambiente. Aqui você tem muita terra e produtiva, e o custo de produção é realtivamente baixo”, detaca o italiano.

No quesito produção, o país está atrás apenas da Índia e Paquistão. Conforme o Mapa, o maior problema está na contagem de células somáticas no leite que afeta a qualidade do produto. Assim como citado pelo presidente da IDF, a falta de infraestrutura associada à logísitica também interfere na qualidade.

“É claro que a logística do leite líquido é um problema, mas se você tem indústria para processar o leite aqui, não é um problema. Até 2030, vai faltar 20 mil toneladas de leite no mundo e o Brasil tem uma grande possibilidade de entrar nessa faixa de mercado. O país tem formas de melhorar a produção e existe possibilidade de o estado fortelecer o setor leiteiro, se houver mais políticas de incentivo ao produtor rural, aliado ao sistema de Integração, Lavoura, Pecuária, Floresta (ILPF)”, afirma.

Conforme divulgado pela Federação da Agricultura ePecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul), nos três primeiros meses de 2022 o volume de leite captado no estado com Inspeção Federal, foi de 43,8 milhões de litros, número 12,48% menor se comparado com o mesmo período do ano anterior, com total de 50 milhões de litros.

Neste ano, o valor médio do leite pago ao produtor rural cresceu 14,55% de acordo com dados da Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) e Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro). No primeiro trimestre de 2022 foi de R$ 1,96 por litro, sendo no mesmo período de 2021, R$ 1,71 por litro de leite.

A venda abaixo do custo de produção, o chamado dumping, está sob investigação no Ministério da Indústria e Comércio.

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