O estudioso mostrou aos produtores rurais e representantes da indústria de laticínios e do Governo Federal, cooperativas, associações e CNA que o mercado nacional tem importado cada vez mais leite, em torno de 10% do total consumido.
– Quando olhamos o comportamento da importação brasileira de leite, observamos que é mais forte no final do segundo trimestre, se consolidando ainda mais no terceiro trimestre, que é justamente quando começamos a sair da entressafra e a produção de Argentina e Uruguai está mais alta. Este ano, no entanto, aconteceu diferente. Abrimos o ano com um volume mais forte, importamos um quantitativo de 800 milhões de litros de leite-equivalente de janeiro até maio. Estamos importando algo próximo de 10% da produção mensal. Historicamente, essa nossa importação ficava na casa de 3% a 5%. Este ano, de fato, estamos com um volume atípico e uma alta mais forte em um período que isso não acontece que é o primeiro semestre – explicou Carvalho.
O Brasil é o 4º maior produtor mundial de leite, mas convive com um déficit estrutural na balança comercial e já até fechou o ano de 2022 com saldo negativo de quase meio bilhão de dólares.
– O que observamos é um processo de declínio dos preços no mercado atacadista em um momento que, no geral, isso não acontece. A mesma coisa ocorrendo em relação ao preço junto ao produtor. Apesar deste recuo, estamos vendo preços de insumos melhores do que vimos no ano passado, reduzindo o custo de produção – completou
A grande dificuldade do Brasil, segundo o pesquisador, é que os produtores nacionais não têm a mesma eficiência que a Argentina. Por lá, os empresários conseguem uma média de 7 mil litros de leite por vaca ao ano. Já aqui, a média é de 2,7 mil litros, com exceção de Ponta Grossa e Castro (PR) e Limeira e Araras (SP).
– A nossa média ainda é um desafio e isso contribui para a queda da nossa competitividade – observa, lembrando que a qualidade do leite argentino e uruguaio é melhor do que a brasileira.
– Esse é um pouco do retrato que mostra os nossos desafios e onde podemos melhorar, como, por exemplo, a questão do número de produtores, a mão-de-obra, que são questões que precisamos caminhar um pouco mais – pontuou, acrescentando que é preciso organizar melhor os dados sobre a produção e investir em políticas públicas com incentivos fiscais que aumentem a competitividade.
– Com relação às políticas públicas, é importante avançar na área de regulação, impostos e taxas, incentivos fiscais e infraestrutura – finalizou.
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