ESPMEXENGBRAIND
18 abr 2025
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A maior produtora de leite em Goiás produz uma média diária de mais de 40 mil litros.
O zootecnista Lucas Gabriel explica que o produtor goiano tem se reinventado para enfrentar esses desafios.
O zootecnista Lucas Gabriel explica que o produtor goiano tem se reinventado para enfrentar esses desafios.

A produção de leite em Goiás vive um momento de fortalecimento e modernização, impulsionada por uma série de fatores que vão desde avanços tecnológicos até investimentos em capacitação e conforto animal.

Com uma média diária de 42.295 litros, a maior produtora do estado, localizada em Silvânia, simboliza o potencial produtivo do território goiano, que encerrou 2023 com 2,2 bilhões de litros de leite, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Segundo a Plataforma Aroeira, ligada à Secretaria da Agricultura de Goiás, a cadeia leiteira goiana é composta por mais de 87 mil produtores de leite, sendo a grande maioria agricultores familiares.

Ainda conforme o portal, existem 115 indústrias com registro federal ou estadual que atuam na captação e industrialização do leite no estado.

O estado, que já ocupou a segunda colocação no ranking nacional entre o final dos anos 1990 e o início dos anos 2000, hoje figura como o sexto maior produtor do Brasil, atrás de Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e São Paulo.

Esse desempenho também tem sido impulsionado pela atuação de grandes companhias do setor de laticínios instaladas no estado e por cooperativas que ganham protagonismo a cada ano. Uma delas, que reúne 22 cooperativas associadas, alcançou em 2024 um faturamento líquido de R$ 763 milhões — alta de 31% em comparação ao ano anterior.

Segundo a Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), cerca de 52% de toda a produção de leite goiana vem de propriedades rurais da agricultura familiar. “É um perfil de produtores que precisa cada vez mais de políticas públicas eficientes”, destaca o titular da pasta, Pedro Leonardo Rezende.Os avanços na produção também se refletem nos números mais recentes. Em 2024, a produção goiana atingiu 267 milhões de litros, um salto de 14,6% em relação aos 232,8 milhões registrados em 2023.

Para o vice-governador de Goiás, Daniel Vilela, o papel do Estado é fundamental para garantir um ambiente de apoio ao setor. “O poder público não pode atrapalhar, tem de ajudar quem quer empreender”, pontuou.

De acordo com dados da Embrapa, o custo de produção do leite em 2024 teve um aumento de 2,1% em relação ao ano anterior. Entre os fatores que mais contribuíram para esse acréscimo estão os gastos com mão de obra, energia elétrica, combustível e alimentação volumosa para os animais.

Apesar disso, o setor observou uma redução nos custos entre janeiro e abril, mas voltou a enfrentar alta progressiva nos meses seguintes, com a primeira queda do segundo semestre registrada apenas em dezembro.

O zootecnista Lucas Gabriel explica que o produtor goiano tem se reinventado para enfrentar esses desafios.

Segundo ele, “o aumento da produtividade está atrelado ao investimento em conforto animal, adoção de sistemas como Compost Barn e Free Stall, uso de robôs de ordenha e melhoria da nutrição”. Ele ressalta que produtores que buscam conhecimento técnico têm colhido resultados positivos tanto a curto quanto a longo prazo.

Outro ponto destacado pelo especialista é o impacto das condições climáticas. “As altas temperaturas causam estresse térmico, afetando diretamente a produtividade e a reprodução dos animais. Por isso, fazendas que investem em sistemas de resfriamento têm apresentado melhor desempenho e lucratividade”, explica.

Ainda de acordo com Lucas Gabriel, um dos pilares que sustentam a competitividade do leite goiano é o planejamento. “Fazendas que se programam para compra de insumos e ingredientes, que controlam o consumo diário, mensal e anual, conseguem lidar melhor com a volatilidade do mercado e obter maior lucro líquido ao fim do ciclo”, analisa.

Além do mercado interno, Goiás também tem se destacado nas exportações de produtos lácteos. Entre os países que mais valorizaram os produtos do estado está o Chile, que pagou US$ 3.924,16 por tonelada de lácteos goianos — um valor 38,8% superior à média paga ao Brasil.

Cuba, Estados Unidos, Argentina e Filipinas também figuram entre os principais destinos da produção nacional em 2024, com aumentos nas aquisições em relação ao ano anterior.

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