A 13ª edição do Concurso Estadual de Queijo Minas Artesanal, realizado pela Emater, avaliou 132 queijos e premiou os melhores produtores do estado.
Emater julga os 132 produtores inscritos no 13º Concurso Estadual do Queijo Minas Artesanal (foto: Emater-MG/Divulgação)

A Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater) anunciou nesta quarta-feira (20/10) os vencedores do 13º Concurso Estadual do Queijo Minas Artesanal. A empresa, braço do Governo de Minas, avaliou 132 queijos inscritos por produtores de todo o estado.

“Hoje é um dia de festa para todos aqueles que gostam do queijo minas artesanal”, compartilhou o diretor e presidente da Emater, Otávio Maia, ao abrir o evento que aconteceu de forma online.

O objetivo do concurso é promover o produto símbolo do estado de Minas Gerais e incentivar a melhoria na produção, além de fomentar as vendas do queijo no estado e no país.

Os produtos foram avaliados por um grupo de 35 jurados, com formações que variavam da área da gastronomia, jornalismo, veterinária até acadêmicos de história e antropologia. O concurso foi dividido em dois tipos de premiação: os ganhadores por região e os campeões estaduais da edição 2021.

Os jurados observaram cinco quesitos: a apresentação do queijo, cor, textura, consistência e quesito com maior peso na nota, o sabor e aroma. Na avaliação por regiões, a nota máxima foi estabelecida como 500 pontos; enquanto para a competição estadual, a máxima foi de 3.500 pontos.

“O queijo foi avaliado por sua complexidade de texturas e sabores. Nós, mineiros, conhecemos a nossa relação afetiva e histórica com esse produto”, comentou Ana Maria Valentini, secretária de Agricultura.

Veja quais foram os melhores Queijos Minas Artesanais de 2021:

Premiação estadual

Na peneira fina dos jurados, estavam como finalistas 39 queijos produzidos em todo o estado. E na disputa acirrada, quem ocupou o primeiro lugar, eleito como o melhor Queijo Minas Artesanal de 2021, foi o Queijo Jacuba.

Produzido no município de Coronel Xavier Chaves, na região do Campo das Vertentes, o produto é fruto de cinco anos de trabalho de Maria Teresa Boari, proprietária da fazenda Japa. O queijo foi eleito com 2964 e muito elogiado por seu sabor adocicado e textura primorosa.

Ao lado do marido, Maria Teresa compartilha com alegria sua história. “Nos aposentamos e compramos uma propriedade rural. Buscando uma propriedade auto sustentável começamos a produzir o queijo”, comenta a produtora.

O segundo lugar, considerado com ótima cor e sabor equilibrado, ficou para o Queijo Dona Cecília, produzido na fazenda São José por Reginaldo Lemos. Avaliado com 2.911 pontos, o queijo é da região de Araxá.

O terceiro ficou também para o queijo da região de Araxá. Produzido na fazenda Sítio Real, o queijo de mesmo nome da fazenda é da empresa familiar gerida por Reinaldo Antonio de Lima. De massa consistente e sabor suave, ele foi avaliado com 2.888 pontos pelo grupo de jurados.

Em quarto lugar, foi eleito o Queijo Gomes, de Uberlândia, no Triângulo Mineiro. Em última e quinta posição, quem levou o prêmio foi o queijo da fazenda de São Bento Jacobe, em São Roque de Minas, na região da Serra da Canastra.

Região de Araxá

De casca fina e amarela por fora, o Queijo Minas Artesanal da região de Araxá tem textura compacta e coloração que vai do branco ao creme. O sabor é tradicionalmente ácido e agradável.

Na região, o ganhador foi o queijo produzido no sítio Real por Reinaldo Antonio Lima. Considerado com massa consistente e sabor suave, o produto marcou 447,5 pontos dos 500 totais. A produção chamou a atenção por ser maturada em inox, diferente da forma tradicional de maturação, em tábua de madeira.  “A notícia foi recebida com muita satisfação”, compartilhou o produtor, em tom de festa. O produto ficou também entre os três melhores do estado.

O segundo lugar ficou para a fazenda Boa Vista, no município de Pratinha. A terceira posição é da fazenda de São José, em Santa Juliana, que também foi considerado o segundo melhor de Minas Gerais.

Região do Campo das Vertentes

De consistência semidura, com tendência a macia, o tradicional queijo da região do Campo das Vertentes chama a atenção por sua textura compacta e cor branca ou amarelada. O sabor é ácido sem ser picante e foi considerado pelos jurados como uma “fina iguaria”.

Eleito em primeiro lugar, com 448 pontos, o Queijo Jacuba, da produtora Maria Teresa Boari foi também o campeão estadual. Avaliado como um produto de sabor adocicado e textura excelente, ele é produzido no município de Coronel Xavier Chaves.

Em segundo, o queijo tiradentino Sabores do Sítio, é produzido no Sítio da Conquista por Lucia Maria Resende. O terceiro lugar ficou para a fazenda Santo Antônio, no município de Carrancas.

Região da Serra da Canastra

Com sua consistência semidura a macia, o tradicional Queijo Canastra é conhecido em todo o país. Sua textura compacta exalta a cor que vai do branco ao amarelado, além da sua casca fina e sem trincas. Estima-se que 790 produtores trabalham com o queijo na região.

O primeiro lugar foi para o Queijo JP, de João Teixeira de Morais. Eleito com 448 pontos, produzido na fazenda Valinhos ele chamou a atenção por sua consistência e textura.

Em segunda posição, ficou  a fazenda Campo Belo e o queijo produzido por Antonio Martins no município de Medeiros. Em terceiro, a fazenda São Bento Jacob, de São Roque de Minas, que também levou o prêmio de o quinto melhor queijo do estado.

Região do Cerrado

O queijo da região do Cerrado mineiro é conhecido por sua consistência semidura e sabor ligeiramente ácido. Sua cor é branca ao amarelado e cerca de 2.400 famílias vivem da produção da iguaria.

O melhor queijo da região foi considerado o  produzido pela fazenda Fortaleza, de Wellington Carlos Vieira, no município de Cruzeiro da Fortaleza. Com 388 pontos, os jurados o consideraram com ótima apresentação, compacto e muito saboroso.

Em segundo lugar, está o queijo de Carmo da Paraíba, produzido na fazenda Campo do Meio. Enquanto o terceiro lugar ficou para o Queijo Carmense, também de Carmo da Paranaíba.

Região da Serra do Salitre

O queijo tem a consistência semidura com tendência a macia e cor amarelo ouro. Sua textura ideal é homogênea e o sabor desperta o interesse de boa parte dos mineiros.

O melhor queijo foi considerado o produzido no município de Serra do Salitre, na fazenda Imperial, de João de Melo. O produto foi avaliado com 433 pontos, por sua cor uniforme e sabor tradicional.

A fazenda Martinha das Pipas, da mesma cidade, ocupou o segundo lugar. Seguida da fazenda Chicão, também  de Serra do Salitre.

Região do Serro

O queijo é produzido tradicionalmente valorizando sua consistência, que deve ser semi dura. Com sabor brando, sua cor vai do branco ao amarelado.

Na região, quem ganhou o primeiro lugar foi a fazenda Horizonte, com o Queijo Ouro Fino, produzido por Aguimar Barbosa há 14 anos. Os jurados o avaliaram com aparência uniforme, ótima consistência e coloração forte, marcando 458 pontos.

Em seguida, ficou o Queijo Canaan, da cidade de Materlândia, e o Queijo Serra do Caroula, produzido pela fazenda Várzea do Ribeiro, no Serro.

Região do Triângulo Mineiro

O queijo do Triângulo Mineiro é de consistência semidura, sabor suave e ligeira acidez. Sua cor é amarelo ouro.

O primeiro lugar, que surpreendeu pelo sabor e pela textura, foi avaliado com 424 pontos. O Queijo Borges, de Inez Borges, é produzido na fazenda Rio das Pedras e também ficou entre os cinco melhores do estado.

O Queijo Ouro das Gerais, da fazenda Aprazido, em Uberlândia, levou o segundo lugar. Enquanto em terceiro, ficou a fazenda Máximos, de Jales Oliveira e Maria Helena Oliveira.

Região da Serra da Ibitipoca

Região mais recente caracterizada e reconhecida como produtora de Queijo Minas Artesanal, a Serra da Ibitipoca não participou do concurso regional. Pelo processo recente de reconhecimento, ainda não há um número suficiente de produtores cadastrados para concorrer ao prêmio.

O único inscrito na categoria foi direcionado, automaticamente, para o concurso estadual de melhor queijo. O produto é conhecido por sua consistência semidura com centro macio, sabor suave e com leve acidez, além da cor amarelo claro.

Regiões não caracterizadas

Nesta categoria, concorrem os produtores de todo o estado, que não possuem suas fazendas inseridas em regiões reconhecidas pela Emater como produtora oficial de Queijo Minas Artesanal.

Estima-se que sejam produzidas nas regiões não caracterizadas 85 mil toneladas do produto todos os anos, envolvendo mais de 30 mil produtores. Os dados são do governo de Minas Gerais.

Em primeiro lugar, ficou o Queijo Alemão, produzido na fazenda Limeira, em Guanhães, por José Antonio Figueiredo.  Em segundo, está o queijo produzido no município de Porteirinha, por Regino Silva; seguido da fazenda das Vertentes, em Entre Rios de Minas.

Bryce Cunningham, um produtor de leite escocês, proprietário de uma fazenda orgânica em Ayrshire (Escócia), lançou um produto lácteo para agregar valor ao leite de sua fazenda, que é um produto de ótima qualidade, sem aditivos, e é um exemplo de economia circular.

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