O Compost Barn consiste basicamente em um galpão com uma cama grande para os animais, separada do corredor de alimentação ou cocho por um beiral de concreto. O diferencial deste sistema é a compostagem que ocorre ao longo do tempo, com o material da cama e a matéria orgânica dos dejetos dos animais.
Assim como qualquer outro sistema de produção, exige cuidados essenciais para seu sucesso.
É sobre esse assunto que conversamos com Karise Fernanda Nogara, Zootecnista (UFSM) e Mestre em Zootecnia (UFPR). Confira o bate-papo:
Stephanie Gonsales, MilkPoint: Karise, o Compost Barn dá muito trabalho para o produtor de leite?
Karise: Compost Barn não necessariamente dá “muito trabalho”, mas como qualquer sistema de produção, requer atenção e cuidados específicos. Por exemplo, enquanto o uso de pastagem pode demandar o piqueteamento para maximizar a utilização de forragem, e free-stall pode exigir a limpeza das camas, no Compost Barn, o manejo da cama é essencial. Além disso, como em qualquer sistema de confinamento, o Compost Barn apresenta um custo inicial maior, quando comparado a um sistema a pasto, devido à sua infraestrutura e necessidades de ventilação.
Stephanie Gonsales, MilkPoint: O que você considera de principal vantagem do sistema? E desvantagem?
Karise: A principal vantagem do Compost Barn é o bem-estar animal que proporciona, permitindo que as vacas se movam livremente em um ambiente espaçoso, em oposição a estarem confinadas em baias. Esse ambiente pode levar a melhorias nos índices reprodutivos e produtivos, como uma maior detecção de cio e aumento na produção de leite, melhoria na sanidade dos cascos e do úbere. Além disso, o composto produzido pode ser reutilizado como adubo orgânico, promovendo a sustentabilidade. No entanto, um desafio significativo é manter a umidade adequada na cama e garantir a disponibilidade constante de materiais para a sua reposição, a fim de manter o conforto dos animais.
Stephanie Gonsales, MilkPoint: Entre os vários cuidados de manejo contínuo, quais são os principais pontos de atenção que o sistema exige?
Karise: Os principais pontos de atenção no manejo contínuo do Compost Barn incluem o monitoramento constante da temperatura e umidade da cama e a adequada aeração, a qual proporciona a oxigenação do meio e facilita o processo de decomposição aeróbica. Além disso, é necessário controlar a lotação animal, para não prejudicar o conforto dos animais e não sobrecarregar a cama de dejetos, os quais também são fontes de umidade. E não menos importante, a reposição regular de materiais para manter a cama confortável e funcional.
Karise será uma das palestrantes do Interleite Sul 2024, que acontece em Chapecó/SC, nos dias 8 e 9 de maio. Em sua palestra, “Cuidados essenciais com o manejo e alternativas para a cama do Compost Barn”, Karise relata: “abordarei a importância da utilização de materiais alternativos para a cama do Compost Barn. Estamos enfrentando uma situação em que os materiais tradicionalmente usados na cama estão sendo disputados para serem utilizados em caldeiras industriais, visando a geração de energia térmica. Esse novo cenário tem causado escassez desses materiais no mercado, resultando em aumentos de custo para os produtores. Portanto, é fundamental explorar opções alternativas para garantir a funcionalidade e eficiência da cama do Compost Barn, evitando depender exclusivamente de serragem e maravalha para sua reposição. Convido a todos a participarem para discutirmos não apenas esse desafio, mas também outros temas relevantes relacionados ao manejo do Compost Barn”.
Não perca a oportunidade de estar no principal evento, feira de negócios e networking do leite sulista. Realizado pelo MilkPoint, da MilkPoint Ventures, o Interleite Sul 2024 tem como objetivo reunir representantes das principais empresas de insumos do setor, técnicos, consultores, produtores, entidades e estudantes.
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STEPHANIE ALVES GONSALES
Zootecnista formada pela Universidade Estadual de Maringá e pós-graduada em Gestão do Agronegócio. Integrante da Equipe de Conteúdo do MilkPoint.