O preço do leite captado em junho subiu pelo oitavo mês consecutivo. Mas a alta frente a maio foi de apenas 1,3%, em termos reais, de modo que a “Média Brasil” ficou em R$ 2,7524/litro – 3,25% maior que a registrada em junho do ano passado.
Desde janeiro, o valor do leite pago ao produtor acumula avanço real de 32,1%. Apesar disso, a média real do primeiro semestre, de R$ 2,46/litro, ainda está 14,3% inferior à do mesmo período de 2023 (os valores foram deflacionados pelo IPCA de junho).
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A perda no ritmo de valorização em junho se explica, sobretudo, pelo aumento da oferta nacional. O Índice de Captação Leiteira (ICAP-L) do Cepea avançou 4,14% em junho, puxado pelo crescimento médio de 7,2% nos estados do Sul e de cerca de 2% nos demais considerados na “Média Brasil”.
E a produção da matéria-prima deve seguir estimulada nos próximos meses, o que pode pressionar as cotações do leite cru no terceiro trimestre.
Mesmo com o atraso da safra no Sul e com a seca no Sudeste e no Centro-Oeste, a produção de leite vem se recuperando, devido aos investimentos dos produtores na nutrição do rebanho. Ainda que os custos de produção tenham aumentado em julho, a margem bruta do produtor se manteve em alta na “média Brasil”.
Além do avanço na produção interna, as importações continuam elevando a disponibilidade de lácteos no mercado nacional.
Em junho, houve aumento de 37,4% nas importações de lácteos, totalizando 251,1 milhões de litros em equivalente leite, segundo dados da Secex compilados pelo Cepea. Essa quantidade supera em 35,3% a internalizada no mesmo período do ano passado.
Ademais, as indústrias de laticínios seguiram com dificuldade em garantir margem nas vendas dos lácteos. Pesquisas do Cepea apoiadas pela OCB mostram que o leite UHT, a muçarela e o leite em pó fracionado se desvalorizaram 5,68%, 2,03% e 0,25%, respectivamente, em julho.