A análise dos resultados do trimestre mostra que, em abril, o crescimento da produção foi de 2,4% na comparação anual. Com as enchentes ocorridas em maio no Rio Grande do Sul, a produção caiu 0,5% na comparação anual naquele mês e 1,0% em junho.
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O Rio Grande do Sul produz cerca de 12-13% do total de leite do Brasil, o que o torna um importante participante. O estado de Minas Gerais é, de longe, o maior produtor do país, com 25% do total.
Entretanto, os estados do sul (Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná) são fundamentais, respondendo por 39% do total entre eles. Desses, o Paraná é o principal, mas a produção é semelhante nos três estados.
“Apesar do impacto da situação no Rio Grande do Sul sobre os dados formais de encaminhamento do último trimestre, a produção brasileira de leite deverá apresentar um aumento gradual nos próximos meses, devido à sazonalidade habitual da produção brasileira”, projetou o portal Milk Point.
Ele explicou que “a produção deve ser influenciada positivamente pela lucratividade dos produtores em níveis positivos nos últimos meses, gerando expectativas de variações anuais positivas para os dois últimos trimestres de 2024”.
A produção de leite no Brasil mais que dobrou nos primeiros 20 anos deste século, passando de pouco mais de 11 bilhões de litros por ano para mais de 25 bilhões em 2021.
Em 2022, houve um declínio acentuado por razões climáticas que levou a preços historicamente altos de até US$ 0,66 por litro, em média, naquele ano. A trajetória de recuperação subsequente trouxe a produção anual de volta a 25 bilhões de litros, mas ela está lutando para superar as altas do início desta década.
O preço do leite pago aos produtores de leite brasileiros aumentou consistentemente ao longo deste ano em termos reais. O Cepea informa que, desde janeiro, o preço subiu 32,1% em termos reais.
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No entanto, essa recuperação foi parcialmente compensada por uma desvalorização de quase 12% da moeda brasileira em sua paridade com o dólar americano, de modo que, em termos de dólar, o aumento é menor, favorecendo a competitividade da produção doméstica em relação às importações.
Isso não impediu que os volumes de importação crescessem. Em junho, eles totalizaram o equivalente a 251 milhões de litros, um aumento anual de 35%, informou o Cepea, com base em dados da Secretaria de Comércio Exterior.