Em St. Louis, Missouri, um julgamento está prestes a começar esta semana com a seleção do júri na segunda-feira, onde uma mãe apresentará seu caso contra Abbott, Mead Johnson da Reckitt e o Hospital Infantil de St. Louis. Ela alega que seu filho prematuro desenvolveu uma grave doença intestinal, enterocolite necrosante (NEC), após ser alimentado com as fórmulas à base de leite de vaca das empresas. O caso faz parte de um conjunto maior de litígios que já resultou em veredictos totalizando 555 milhões de dólares contra as duas empresas, com quase 1.000 processos semelhantes ainda pendentes.
Os autores da ação alegam que as fórmulas apresentam alto risco de NEC, especialmente para os menores bebês prematuros, e que as empresas deveriam ter alertado sobre esse perigo. Abbott e Reckitt, no entanto, mantêm que seus produtos são cruciais para bebês prematuros e que as alegações carecem de evidências. O Hospital Infantil de St. Louis não comentou sobre o litígio.
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O caso tem chamado a atenção da comunidade médica, com alguns médicos expressando preocupação sobre a potencial perda desses produtos nutricionais vitais. O CEO da Abbott, Robert Ford, insinuou a possibilidade de as fórmulas serem descontinuadas devido aos processos em andamento em uma teleconferência com investidores em julho, e a Reckitt mencionou estar explorando “opções estratégicas” para sua divisão de fórmulas.
Apesar do fato de que as fórmulas em questão não são grandes geradores de receita para Abbott e Reckitt, com vendas anuais em torno de 9 milhões de dólares e menos de 1 milhão de dólares respectivamente, a comunidade médica enfatiza sua importância. O leite materno é preferido por seus numerosos benefícios à saúde, mas as fórmulas são consideradas essenciais quando o leite materno não está disponível ou é insuficiente.
Os advogados dos autores argumentam que um simples rótulo de advertência poderia ser adicionado às fórmulas, contrariando a “mensagem de medo” que eles acreditam estar sendo promovida pelos fabricantes. Elizabeth Whitfield, a autora no próximo julgamento, afirma que seu filho desenvolveu NEC após ser alimentado com fórmula em setembro de 2017, resultando em cirurgia e lesões graves contínuas.
O processo é separado de outros casos relacionados a fórmulas supostamente contaminadas de uma fábrica da Abbott em Michigan, sem tais alegações de contaminação feitas nos casos relacionados à NEC. O debate científico sobre NEC, leite materno e alimentação com fórmula continua, com um relatório dos Institutos Nacionais de Saúde dos EUA sugerindo que a falta de leite humano, em vez da exposição à fórmula, correlaciona-se com um aumento do risco de NEC.
Neonatologistas expressaram preocupações de que um rótulo de advertência possa enganar os pais, fazendo-os pensar que a fórmula é insegura quando ela pode ser a única opção. A NEC Society, focada no combate à doença, defende maior acesso ao leite materno e ao leite doado pasteurizado, em vez de litígio, como estratégia para abordar a NEC.
A Reuters contribuiu para este artigo.
Essa notícia foi traduzida com a ajuda de inteligência artificial.