Do Ozempic à proteína e academia: a receita para crescer no mercado de bem-estar.
Marcela Caselato, da Novo Nordisk, Julia Michelin, da Bio Ritmo, e José Arthur Lorenzetti, da Danone, discutiram as oportunidades na indústria de wellness no Bloomberg Línea Summit.
A partir da esq., Dra. Marcela Caselato, da Novo Nordisk, José Arthur Lorenzetti, da Danone, Julia Michelin, da Bio Ritmo, e Juliana Estigarríbia, da Bloomberg Línea, em painel do Bloomberg Línea Summit 2024 (Foto: Divulgação/Estúdio Lava/Bloomberg Línea)
O mercado de bem-estar no Brasil e no mundo teve a pandemia como um divisor de águas que impulsionou a preocupação e a busca por hábitos mais saudáveis.

De acordo com a recém-divulgada pesquisa “A Economia Global do Bem-Estar”, do Global Wellness Institute (GWI), essa indústria movimentou US$ 5,7 trilhões em 2022, com um crescimento de 12% ao ano desde 2020. A projeção é que a expansão será de adicionais 52% até 2027.

Isso se traduz em oportunidades de negócios em cima de uma demanda naturalmente existente, como demonstrado de forma ampla por empresas de diferentes áreas de atuação. Esse foi o tema do painel “A Indústria do Bem-Estar: Onde Estão as Oportunidades”, no Bloomberg Línea Summit 2024, realizado nesta segunda-feira (7) em São Paulo.

 

Leia também: Danone As 5 chaves da Danone para chegar ao iogurte do futuro

 

O painel contou com a participação de José Arthur Lorenzetti, diretor executivo de Saúde da Danone para o Brasil, Julia Michelin, diretora de Operações da Bio Ritmo, e a Dra. Marcela Caselato, diretora médica da Novo Nordisk. A moderação foi feita por Juliana Estigarríbia, repórter da Bloomberg Línea.

A Novo Nordisk, farmacêutica que produz o Ozempic e o Wegovy, medicamento recém-lançado no Brasil, é justamente um dos casos mais emblemáticos do potencial da indústria do bem-estar.

A companhia dinamarquesa se tornou em questão de poucos anos a empresa mais valiosa da Europa, com market cap de cerca de US$ 520 bilhões na Bolsa de Nova York (NYSE).

Os números superlativos foram impulsionados pela demanda crescente de pessoas que descobriram em seus produtos, destinados a tratamento de obesidade e do sobrepeso associado a comorbidades, uma fórmula para emagrecer “sem muito esforço”.

Mas a diretora médica para o Brasil da Novo Nordisk explicou que há um trabalho extenso de disseminação de informação para explicar que não existem caminhos milagrosos.

“Nós explicamos que o tratamento da obesidade com a medicação vai abrir a porta muitas vezes para que o paciente consiga fazer a alimentação e a atividade física adequada”, disse Caselato.

Ao mesmo tempo, a empresa dinamarquesa tem se preocupado em garantir que os pacientes tenham o tratamento adequado contínuo sem que ocorra, por exemplo, eventuais interrupções causadas por problemas de abastecimento – como visto em alguns mercados internacionais.

A companhia optou por retardar a venda do Wegovy no país até que tivesse garantia do fornecimento adequado, a despeito de ter a autorização da agência reguladora desde o começo do ano.

“Vocês podem imaginar a expectativa da empresa para o lançamento, mas somente no fim de agosto nós tivemos a certeza de que teríamos a quantidade de suprimentos para trazer para o país”, contou.

Ao mencionar a importância da alimentação, a diretora médica da Novo Nordisk se refere justamente ao segmento explorado por uma gigante mundial, a Danone.

A empresa francesa protagonizou outro case global que atesta o potencial da indústria do bem-estar: o lançamento do YoPro, uma marca nova de shakes proteicos – lançada originalmente na Austrália em 2017 – com a dose recomendada de consumo de proteína, nutriente fundamental para a manutenção, o crescimento e a recuperação muscular.

“Nós começamos a testar o produto com um público muito seleto, do CrossFit, e desenvolvemos com eles e com nutricionistas. E o Brasil começou a transformar o YoPro em um produto fácil de beber, em embalagem UHT”, contou Lorenzetti, diretor executivo de Saúde da Danone para o Brasil. “Hoje, a YoPro é uma das principais marcas da Danone no país e segue em crescimento.”

A gigante francesa de alimentos não fica restrita a esse exemplo bem-sucedido e tem buscado de forma recorrente diversificar o portfólio, atenta às necessidades de saúde, segundo o executivo.

Um lançamento recente é o Mais Proteínas Danone, um iogurte natural com proteína pensado para ser consumido no café da manhã.

“Nós temos olhado os momentos de consumo para garantir que quem está em uma dieta de tratamento, de perda de peso ou busca opções saudáveis consiga ter esse maior aporte proteico durante o dia”, disse Lorenzetti.

Se a expansão do mercado de bem-estar demanda novos movimentos em empresas mais tradicionais, aquelas cujos negócios são naturalmente inerentes procuram novas formas de interação.

 

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É o caso da Bio Ritmo, a marca de alto padrão do Grupo Smart Fit, em que a palavra de ordem é “ecossistema”.

A rede tem cada vez mais agregado à tradicional musculação novos produtos e serviços, como sauna e banheira de gelo para recuperação, o conhecido processo de recovery. Há ainda atividades para a promoção do bem-estar mental, com aulas de yoga, mindfulness e trabalhos de respiração.

“Quando falamos do futuro da Bio Ritmo, estamos olhando para uma academia que pode oferecer todo esse complemento. No nosso processo de expansão de unidades, sempre olhamos para essa perspectiva, disse Julia Michelin, diretora de operações da Bio Ritmo.

A inteligência artificial (IA) e sistemas avançados de câmeras estão revolucionando a maneira como os produtores de leite nos EUA gerenciam seus rebanhos.

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