Produtor deve ter um ano de rentabilidade alta, afirma o banco.
Com o aumento do preço do leite integral, que chegou a R$ 10 reais em São Paulo, incentivou muitos consumidores a buscarem por alternativas mais baratas, como a bebida láctea que era vendida por cerca de R$ 4,75 reais.

O ano de “2024 tem sido um ano melhor para o setor do leite, com um preço pago ao produtor em patamares altos”, comentou o analista do Rabobank Andres Padilla. E a expectativa para o próximo ano não é muito diferente: “o produtor deve ter mais um ano de rentabilidade alta. A pergunta é como vai reagir a produção no resto de 2025”, pontua.

Na avaliação do banco holandês para 2025, divulgada nesta quarta-feira (30/10), o setor leiteiro aponta para um crescimento contínuo na oferta e demanda, com margens positivas para os produtores.

 

Leia também: Rabobank: O desinvestimento da General Mills no setor de iogurtes aumenta o domínio da Lactalis

 

Segundo o analista, o cenário é otimista, com preços ao produtor começando em patamares mais altos do que em 2024, embora limitados por uma possível queda na segunda metade do ano, caso a produção se acelere devido à maior rentabilidade no campo.

Em setembro, os preços do leite fecharam com uma média brasileira de R$ 2,8657 por litro, marcando um crescimento de 3,3% em relação ao mês anterior e 33,8% superior ao mesmo mês do ano passado, considerando a deflação pelo IPCA, segundo divulgou o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).

Embora os preços pagos aos produtores tenham avançado 36,4% desde o início de 2024, a média de janeiro a setembro deste ano (R$ 2,58/litro) ficou 4,7% abaixo da registrada no mesmo período de 2023.

EDAIRY MARKET | O Marketplace que Revolucionou o Comércio Lácteo

Esse aumento é atribuído à maior competição entre laticínios e cooperativas na aquisição de matéria-prima, em um cenário de oferta limitada devido ao clima seco, especialmente nas regiões Sudeste e Centro-Oeste.

O Cepea destacou que, apesar das adversidades climáticas, a captação de leite em setembro subiu 8,3% em comparação a agosto, impulsionada pela necessidade das indústrias em reabastecer seus estoques. Os produtos lácteos, como leite UHT, queijo muçarela e leite em pó, também apresentaram valorizações no atacado paulista, variando entre 1,3% e 7,6% em setembro.

Na avaliação da instituição, no entanto, o movimento altista pode não perdurar por muito tempo. “O avanço da captação e o recuo nas cotações dos derivados e do leite spot a partir da segunda quinzena de outubro fortalecem a perspectiva de que os preços no campo em outubro possam apresentar viés de queda”, pontua.

Segundo Padilla, no entanto, a perspectiva é de uma manutenção do patamar dos preços até o final do primeiro semestre do próximo ano. “Acredito que o produtor pode elevar a produção, levando a uma queda de preços e rentabilidade no segundo semestre de 2025”, avalia.

 

https://whatsapp.com/channel/0029VaPv8js11ulUrj2kIX3I

Em 2024, o setor já teve um desempenho positivo após um ano desafiador em 2023. A rentabilidade dos produtores se manteve estável, mesmo com os custos de produção controlados. O Rabobank destacou que, embora a produção tenha crescido 3,6% no primeiro trimestre de 2024, a situação se deteriorou no segundo trimestre, especialmente no Rio Grande do Sul, em razão das chuvas.

Para o quarto trimestre de 2024, a produção deve continuar crescendo, com uma expectativa de avanço total de cerca de 1,5% em comparação a 2023, segundo o Rabobank, que também espera que procura por produtos com alto teor de proteína e zero açúcar dê folego adicional aos produtos lácteos funcionais ao mercado brasileiro em 2025.

As importações de leite devem permanecer em níveis elevados, sustentando a competitividade do mercado brasileiro, mesmo diante de um preço interno alto. A instituição financeira avalia que a desaceleração no crescimento da produção da China deve levar a um maior equilíbrio entre oferta e demanda global nos próximos anos.

O Rabobank também observou uma migração de pequenos produtores para outras atividades, com uma base produtiva cada vez mais consolidada entre os grandes produtores, que tendem a ter margens de lucro mais elevadas. “A tendência é para a consolidação de maiores produtores com mais tecnologia e eficiência”, especialmente em razão da volatilidade do clima, que pode impactar a produção, pontua Padilla.

O setor de alimentos e bebidas possui 59 empresas entre as 1000 maiores do país.

Você pode estar interessado em

Notas
Relacionadas

Mais Lidos

Destaques

Súmate a

Siga-nos

ASSINE NOSSO NEWSLETTER