Em um mercado leiteiro cada vez mais competitivo, produtores estão constantemente em busca de alternativas que garantam alta produtividade e qualidade de leite. É nesse cenário que a raça Danish Red se destaca como um verdadeiro tesouro da pecuária leiteira.
Originária da Dinamarca, essa raça tem conquistado produtores ao redor do mundo não apenas pela sua capacidade de produzir leite de altíssima qualidade, mas também pela sua adaptabilidade e eficiência no campo.
O Danish Red, com suas raízes na agricultura dinamarquesa, foi desenvolvido ao longo de décadas para atender a um mercado exigente, priorizando características como longevidade, resistência e qualidade do leite. Seu impacto no mercado leiteiro não se limita apenas à produtividade: a raça é um símbolo de evolução genética e inovação no setor.
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No Brasil, por exemplo, o Danish Red tem sido cada vez mais reconhecido por sua performance impressionante, trazendo não apenas resultados econômicos positivos, mas também um novo modelo de sustentabilidade para a produção leiteira.
Origens da Raça Danish Red
A história do Danish Red remonta ao final do século 19, na Dinamarca, onde os primeiros cruzamentos com bovinos Slevig Red, Shortorn e Ballun deram origem a uma linhagem de animais robustos e produtivos. A raça foi oficialmente reconhecida em 1878, marcando o início de um trabalho genético rigoroso que resultou em um gado com alta produção leiteira e boa conformação muscular.
No Brasil, os primeiros registros de animais Puros de Origem (P.O) datam de 1952, com o nascimento do primeiro exemplar em 1953. Até 1998, havia registro de rebanhos, especialmente na região Sudeste. Entretanto, após esse período, a raça deixou de ser criada no país.
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A introdução no Brasil foi um marco, pois trouxe inovações para a pecuária leiteira e de corte. Apesar de sua saída, os dados históricos mostram que o Danish Red contribuiu significativamente para o melhoramento genético de outras raças em terras brasileiras.
Destaques do Danish Red
A raça apresenta características que a tornam única para a pecuária de dupla aptidão:
- Produção de leite: Rica em gordura e sólidos totais, o que a torna ideal para a indústria de laticínios.
- Produção de carne: Alta deposição muscular, conferindo excelente rendimento no abate.
- Robustez: Animais compactos, corpulentos e adaptáveis a climas frios.
- Eficiência reprodutiva: Precocidade sexual, com intervalos curtos entre partos e alta longevidade reprodutiva.
Essas qualidades tornam o Danish Red um recurso valioso para pecuaristas que buscam maximizar a produtividade de seus rebanhos, além de garantir sustentabilidade econômica e ambiental.
Qualidade do leite
O leite produzido pela raça Danish Red é considerado um dos melhores em termos de composição e rendimento. Com um teor elevado de gordura e proteína, esse leite é altamente valorizado pela indústria de laticínios, sendo uma escolha superior para quem busca um produto de qualidade premium.
Em comparação com outras raças leiteiras, como a Holandesa e a Jersey, o Danish Red se destaca especialmente pelo seu equilíbrio entre produção de leite e características de carne, tornando-se uma escolha estratégica para pecuaristas que buscam diversificação e rentabilidade.
Desempenho e adaptabilidade no campo
O desempenho da raça Danish Red no campo é notável, seja em pastagens mais naturais ou em sistemas intensivos. A raça se adapta bem a diferentes tipos de manejo e se destaca por sua capacidade de ganhar peso rapidamente, o que contribui para sua produtividade tanto na produção de carne quanto de leite.
A adaptabilidade da raça também é uma de suas grandes qualidades. Em climas variados, o Danish Red demonstrou resiliência, sendo capaz de prosperar tanto em regiões mais frias quanto em climas mais quentes, o que a torna uma excelente opção para diferentes regiões do Brasil.
Fatores históricos e genéticos
Embora a raça tenha saído do Brasil, ela continua relevante na Dinamarca, onde aproximadamente 100 mil animais Danish Red são criados. Estudos apontam que cerca de 37% de seus genes são compartilhados com a Pardo Suíço, 9,4% com a Ayrshire Finlandês e 2,7% com a Swedish Vermelho e Branco. Essa diversidade genética contribui para sua excelência produtiva.
Contribuições e legado
Apesar de não estar mais presente nos rebanhos brasileiros, a contribuição do Danish Red para o banco genético mundial é inegável. Em mercados europeus, a raça continua a ser destaque, garantindo alta produtividade com custos operacionais reduzidos.
Na Dinamarca, os criadores relatam médias de 8.000 litros de leite por lactação em sistemas intensivos. Esse número impressiona ao considerar a sustentabilidade ambiental, já que os animais apresentam alta eficiência alimentar.
Realidade atual e sustentabilidade
O Danish Red também é um exemplo de como a seleção genética pode impactar positivamente a sustentabilidade. Estudos mostram que a raça emite até 15% menos metano por litro de leite produzido em comparação com raças menos eficientes, o que é vital para pecuaristas que buscam alinhar produtividade às demandas globais por práticas mais sustentáveis.
Mesmo que não esteja mais no Brasil, sua história, características e contribuições globais nos lembram que investir em raças de dupla aptidão pode ser a chave para um futuro mais produtivo e sustentável. Afinal, o sucesso na pecuária começa com escolhas inteligentes e informações de qualidade.
Escrito por Compre Rural