A Trevo Lácteos estima crescimento de 25% em sua receita este ano, para R$ 450 milhões, como resultado do aumento nas vendas do portfólio atual e do lançamento de produtos de valor agregado mais alto.
Não conseguimos crescer mais em 2024 por falta de produção”, diz Guilherme Gama, CEO da Trevo Lácteos — Foto: Divulgação
Não conseguimos crescer mais em 2024 por falta de produção”, diz Guilherme Gama, CEO da Trevo — Foto: Divulgação

A Trevo Lácteos, controlada pela alemã Ehrmann, investe R$ 100 milhões para renovar seu parque industrial, em Sete Lagoas (MG), e ampliar a capacidade produtiva em 40%, para 6,8 mil toneladas de produtos por mês. Parte do montante foi desembolsado em 2024 e o restante será aplicado este ano.

Também em 2024, a companhia concluiu a integração com o grupo alemão e se prepara para trazer ao país 14 linhas de produtos bem-sucedidos na Europa, como bebidas lácteas e sobremesas com alto teor de proteína.

A Trevo estima crescimento de 25% em sua receita este ano, para R$ 450 milhões, como resultado do aumento nas vendas do portfólio atual e do lançamento de produtos de valor agregado mais alto.

“O cenário econômico não está muito favorável, se consideramos taxas de juros e câmbio. Mas com os novos lançamentos, a expansão das linhas existentes e entrada em novos mercados, vamos atingir esse crescimento”, afirmou Guilherme Gama, CEO da Trevo Lácteos.

Segundo ele, a Trevo Lácteos enfrentou limitações para crescer no ano passado, quando já operava com 97% da capacidade produtiva. A empresa cresceu 2,9% em receita, chegando a R$ 360 milhões.

Os aportes atuais são destinados a compra e instalação de softwares, tanques, câmaras refrigeradas, galpões e novas linhas de envase, incluindo uma linha de sopro de embalagens.

Para garantir o suprimento de leite, a empresa tem planos de incentivo para estimular os produtores a elevar a captação de matéria-prima. A captação diária da Trevo atualmente é de 50 mil litros, fornecidos por pouco mais de 100 produtores, situados em um raio de 100 quilômetros da fábrica.

De acordo com Gama, o aumento da capacidade produtiva visa atender principalmente o mercado de São Paulo, para onde a empresa pretende destinar a maior parte dos produtos com a marca Ehrmann, que chegará ao varejo brasileiro em abril.

Entre as novas linhas estão iogurtes, bebidas lácteas, bebidas UHT e sobremesas como mousses e pudins, todos com alto teor proteico. “São itens que têm boa performance na Europa e ainda não têm um mercado formado no Brasil”, observou o executivo.

De acordo com Kennya Siqueira, pesquisadora da Embrapa Gado de Leite, as bebidas lácteas com alto teor proteico são ainda um mercado pequeno no Brasil, representando 4% das vendas do setor, mas ganhou mais espaço desde a pandemia de covid-19.

Ela cita pesquisa divulgada em 2024, pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras), que apontava um aumento de 9% para 13% na incidência de iogurtes nas compras feitas em supermercado no prazo de um ano.

O público-alvo para as linhas da empresa são redes de varejo que atendem públicos de renda mais alta, como St. Marche e Empório Santa Maria, em São Paulo, e Supermercados Zona Sul, no Rio de Janeiro, e que ainda não são abastecidos com produtos da Trevo Lácteos.

“Nosso principal foco de expansão é São Paulo, pelo poder aquisitivo e concentração das principais redes varejistas. Acredito que Rio de Janeiro também oferece oportunidades grandes”, disse Guilherme Gama.

A empresa dona de marcas como Trevo, Apreciare, Trevinho Kids e Pulsi, produz pouco mais de 100 produtos, incluindo iogurtes, bebidas lácteas, leite fermentado, petit suisse e sobremesas.

Cerca de 59% das vendas são concentradas em Minas Gerais. Os outros 41% são vendidos a outros Estados do Sudeste, Bahia, Sergipe, Goiás, Tocantins e Distrito Federal. A meta é elevar esse percentual para 46%.

Em Minas Gerais, Espírito Santo e interior do Rio de Janeiro, a marca Trevinho é a terceira mais vendida, atrás de Danoninho (Danone) e Chambinho (Nestlé), conforme a pesquisa de líderes de vendas da Abras e NielsenIQ. A meta, disse Gama, é ficar entre as quatro mais vendidas do Brasil até 2027.

Em 2018, a Ehrmann adquiriu 51% da Trevo Lácteos, para explorar o mercado brasileiro de iogurtes e sobremesas. Em 2023, o grupo alemão comprou os 49% restantes.

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