Os produtores de queijo devem regularizar suas queijarias para garantir alguns benefícios, como geração de emprego, aumento de renda, reconhecimento e visibilidade para o produtor — que pode concorrer a premiações e títulos.
No entanto, o processo para adequar a lei pode ser desafiador. Mas quanto custa regularizar uma queijaria em Minas Gerais?
Segundo o o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), fora o investimento na estrutura e animais, o registro de uma queijaria junto ao Estado custa cerca de R$ 1.500,00.
No entanto, André Almeida, gerente de Inspeção de Produtos de Origem Animal do IMA, explica os custos totais variam.
‘A isso, somam-se as análises e testes [de água, de produtos, de sanidade animal] para passar pelos crivos dos órgãos de inspeção, que são totalmente por conta do produtor’, pontua André.
Queijarias em Minas
Segundo levantamento da Seapa, à pedido da Itatiaia, Minas tem atualmente 8.370 queijarias. Desse total, apenas cerca de 5% são regulamentadas.
Como regularizar?
Em nota, a Seapa afirma que reconhece que o trabalho de convencimento do produtor acerca da importância da regularização é um desafio. Por isso, criou o Projeto Queijo Minas Legal (PQML), que visa ajudar produtores de queijos a adequarem seus estabelecimentos, o que garante maior segurança alimentar e acesso a novos mercados.
A iniciativa coordenada pela Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), em parceria com suas entidades vinculadas (Emater, Epamig e IMA) e com o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) por meio do Procon-MG.
Até o momento, o PQML já atendeu 652 produtores em 160 municípios, com mais de 2 mil visitas da Emater-MG, resultando em 86 queijarias regularizadas.
‘O principal ganho é a habilitação sanitária, fundamental para garantir segurança alimentar, expandir o mercado e agregar valor’, conta Isabella Gruppioni, assessora técnica da Diretoria de Agroindústria e Cooperativismo da Seapa e uma das coordenadoras do PQML.
Uma das produtoras assistidas pelo projeto é Iza Matos, de Itaobim, no Vale do Jequitinhonha. Iza e a família produzem queijo de massa cozida, queijo cabacinha e frescal na Fazenda Ramalho e são assistidos pelo extensionista da Emater, Dajas Murta.
‘Eles estão baixando custos na produção do leite por produzirem o alimento das vacas’, afirma Murta.
Dajas acrescenta que o trabalho assiste a família como um todo. ‘O queijo aqui no Vale do Jequitinhonha é uma das maiores fontes de renda da agricultura familiar, em sua maioria produtores de leite. Com a dificuldade de negociar bons preços, eles viram no queijo uma possibilidade de agregar valor à renda’, explicou.