Centro de Referência do Queijo Artesanal (CRQA) está lançando a sua programação especial de 2025
Centro de Referência do Queijo Artesanal fomenta a produção da iguaria em Minas. Foto: Jéssica Alves
Centro de Referência do Queijo Artesanal fomenta a produção da iguaria em Minas. Foto: Jéssica Alves

Quando se pensa em Minas Gerais, além das montanhas, uma das primeiras referências que se vem à cabeça é o queijo. O Estado, que é o maior produtor de leite do País, responde por cerca de 27% da produção anual. Sendo assim, é natural que saia de Minas Gerais boa parte da produção da iguaria, uma vez que ela tem no leite a principal matéria-prima.

De acordo com dados da Federação da Agricultura e Pecuária de Minas Gerais (Faemg), o Estado responde por 40% da produção de queijo do Brasil, sendo responsável por algo em torno de 48 mil toneladas anualmente. Deste total, aproximadamente 31,4 mil toneladas são provenientes das agroindústrias artesanais.

No Estado são 15 regiões produtoras do alimento e cada uma delas possui um jeito próprio de fabricação. Em dezembro do ano passado, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) reconheceu o Queijo Minas Artesanal como patrimônio imaterial, sendo o primeiro produto alimentício a receber o título no País.

E é justamente ele, o Queijo Minas Artesanal (QMA), o tipo mais produzido no Estado de forma artesanal, de acordo com a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater).

  • 2.997 agroindústrias de Queijo Minas Artesanal (QMA);
  • 872 unidades produtoras de requeijão moreno;
  • 594 empreendimentos produtores do queijo da Serra Geral;
  • 170 fabricantes do queijo artesanal Mantiqueira de Minas;
  • 140 estabelecimentos produtores do queijo artesanal de Alagoa;
  • 117 unidades produtoras preparam o queijo cabacinha e
  • 68 fabricam o queijo do Vale do Suaçuí.

 

Ainda conforme dados da Emater-MG há também um número significativo de queijos artesanais ainda não identificados por tipo ou por região que, por ainda estarem sem classificação, poderiam ser somadas mais 2.818 agroindústrias aos números do Estado.

De acordo com a Emater, o Queijo Minas Artesanal é produzido em toda Minas Gerais, mas existem 10 microrregiões caracterizadas como produtoras do QMA. Veja quais são elas:
  • Região de Araxá,
  • Região Campos das Vertentes,
  • Região da Canastra,
  • Região do Cerrado,
  • Região de Diamantina,
  • Região entre Serras da Piedade ao Caraça,
  • Região da Serra do Salitre,
  • Região da Serra do Ibitipoca,
  • Região do Serro e
  • Região do Triângulo Mineiro.

As outras seis regiões em Minas Gerais que produzem queijo artesanal de outras modalidades:

* Alagoa (Queijo Artesanal de Alagoa)
* Mantiqueira de Minas (Queijo Artesanal da Mantiqueira de Minas)
* Serra Geral do Norte de Minas
* Vale do Jequitinhonha (Queijo Cabacinha)
* Vale do Suaçuí e Vale do Mucuri (Requeijão Moreno).

Queijo Minas Artesanal e o reconhecimento como Patrimônio Cultural

O modo de fazer o Queijo Minas Artesanal (QMA) foi reconhecido como Patrimônio Cultural Imaterial pela Unesco em dezembro do ano passado. Entretanto, o preparo dele já é reconhecido nacionalmente desde 2008, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), autarquia vinculada ao Ministério da Cultura.

O alimento é feito há três séculos, desde o período colonial, a partir do leite cru. O preparo é manual e sem nenhum processo mecânico. A modalidade se tornou uma importante atividade econômica para o Estado, chegando a ter um centro de referência para valorização do queijo em Minas Gerais.

E é nesta segunda-feira, 20 de janeiro, data em que é comemorado o Dia Mundial do Queijo, que o Centro de Referência do Queijo Artesanal (CRQA) está lançando a sua programação especial para 2025, intitulada ‘Somos Patrimônio da Humanidade’.

Criado para estimular a produção e fomentar ainda mais o mercado da gastronomia em Minas Gerais, o centro difunde conhecimento, forma consumidores, promove discussões e também prepara profissionais para atuar no setor.

Para 2025, o CRQA realizará ações conjuntas com os produtores de queijos e associações visando fortalecer e fomentar o segmento. Para os visitantes de outros estados e o público mineiro em geral, estão previstas oficinas, ampliação das visitas guiadas para escolas públicas, privadas e universidades. Também terão programações culturais voltadas para formação de público e do paladar.

“Para nós do Centro de Referência, o Dia Mundial do Queijo é uma data muito importante para destacar a relevância do queijo, seus diferentes modos de fazer, texturas e sabores. Minas é o Estado que mais produz queijo no País e ele é a maior expressão da nossa mineiridade. Por isso, vamos trabalhar diversas ações ao longo de todo ano, mostrando sua importância social, cultural e econômica para o Minas e para o mundo”, destacou o consultor do CRQA e especialista em queijos artesanais, Elmer de Almeida.

No próximo mês, o CRQA receberá o primeiro Encontro Anual de Produtores de Queijos Artesanais Mineiros, uma oportunidade para troca de conhecimentos e alinhamento de iniciativas em parceria com a Associação Mineira dos Produtores de Queijo Artesanal (Amiqueijo).

Outra novidade que terá início em fevereiro é a Confraria do Queijo, uma experiência exclusiva para os amantes da iguaria. Sob o comando do especialista Elmer de Almeida serão promovidos encontros mensais temáticos que exploram sabores, harmonizações e histórias por trás da produção artesanal.

Indústria do queijo superou 400 mil toneladas em 2023

O diretor executivo do Sindicato da Indústria de Laticínios do Estado de Minas Gerais (Silemg), Celso Cota Moreira, explica que a produção industrial sob inspeção no Estado, superou a casa das 400 mil toneladas em 2023, que são os dados mais atuais do setor.

De acordo com Moreira, as indústrias mineiras têm uma produção muito diversificada da iguaria, produzindo desde os tradicionais e brasileiríssimos queijo minas frescal, minas padrão, meia-cura, queijo coalho e requeijão à versátil mussarela. Além dos queijos de origem europeia: gouda, gorgonzola, brie, parmesão, e de origem americana: cheddarcottage e cream cheese.

“A indústria mineira de laticínios exporta para outros estados brasileiros cerca de 65% dos queijos produzidos em Minas Gerais”, afirmou Moreira.

Te puede interesar

Notas Relacionadas

ASSINE NOSSO NEWSLETTER