Produtores de queijo artesanal Cabacinha do Vale do Jequitinhonha buscam parcerias públicas e a regulamentação da fabricação e comercialização do produto, símbolo local.
regulamentação
Para os produtores, a regulamentação representa uma oportunidade de ampliação do mercado.

Para embasar o processo de regulamentação, um estudo foi iniciado em 2021 pelas empresas de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) e de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater-MG), além das universidades federais de Minas Gerais (UFMG) e de São João del-Rei (UFSJ) e do Instituto Federal do Norte de Minas Gerais (IFNMG).

A pesquisa teve como objetivo avaliar aspectos físico-químicos, microbiológicos e sensoriais do queijo, fornecendo base científica para a criação de um regulamento técnico de identidade e qualidade.

Atividades em Minas Gerais

Durante o estudo, foram realizadas visitas de acompanhamento, coletas e análises de amostras em diferentes fases da produção.

O pesquisador da Epamig e coordenador da iniciativa, Daniel Arantes Pereira, destaca os desafios enfrentados. “Houve um grande desafio logístico quanto à coleta e transporte de amostras, que envolveu ao menos seis laboratórios em São João del Rei (Epamig), Belo Horizonte (UFMG), Sete Lagoas (UFSJ) e Salinas (IFNMG)”, explica.

“A pesquisa foi realizada com muito zelo e esse momento de entrega foi de muito aprendizado, com orientações sobre boas práticas de ordenha e produção”, avalia José Valério Filho, presidente da Associação dos Produtores do Queijo Cabacinha do Vale do Jequitinhonha.

A parceria entre técnicos e produtores foi um dos destaques do projeto. “Tivemos uma intensa cooperação entre a equipe técnica e os produtores.

Extensionistas da Emater-MG foram treinados para coletar as amostras, e o transporte para os laboratórios ocorreu em parceria com as prefeituras de Pedra Azul, Cachoeira do Pajeú, Itaobim, Jequitinhonha e Medina”, acrescenta Daniel Arantes.

Regulamentação e perspectivas para o setor

A caracterização do queijo Cabacinha permitirá ao Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) estabelecer um regulamento técnico que garanta a identidade e a qualidade do produto.

“Para além da regulamentação, o relatório traz informações para nortear políticas públicas, direcionar a assistência técnica, treinamentos e ações de difusão de tecnologias. Contribuindo para o fortalecimento e a consolidação da cadeia produtiva e agregação de valor ao queijo”, afirma Daniel Arantes.

Para os produtores, a regulamentação representa uma oportunidade de ampliação do mercado. José Alves, produtor de queijo Cabacinha em Joaíma, destaca o potencial da atividade. “A alimentação das vacas é complementada com palma forrageira que adquiri na Epamig em Nova Porteirinha.

Meu queijo já ganhou medalhas em concursos fora de Minas. Para o futuro, quero vender para outras localidades e aumentar a freguesia”, projeta.

O ex-caminhoneiro Renato Rocha, que atualmente administra uma queijaria em Pedra Azul ao lado da esposa e dos filhos, reforça a importância do processo.

“O queijo Cabacinha nunca teve essa valorização de agora. Com a regulamentação, poderemos levar o queijo para os nossos clientes em outras regiões com menos burocracia e mais segurança”, afirma.

Com o avanço dos estudos e a formalização das normas, o queijo Cabacinha do Vale do Jequitinhonha caminha para conquistar maior reconhecimento e acesso a novos mercados, fortalecendo a economia local e preservando a tradição da região.

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