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20 maio 2025
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Brasil segue a tendência, mas a inflação crescente pode frear a economia e afetar o consumo, diz Andrés Padilla, analista do Rabobank.
Rabobank
Em declarações ao portal Todo El Campo e ao programa Diario Rural (CX 4 Rural), Padilla acrescentou que o produtor de leite está “com margem positiva, o que permitiu que a produção aumentasse nos últimos trimestres”. PH: Valéria Hamann, eDairyNews

“O mercado internacional passa por um momento positivo, com preços que subiram desde o final de 2023, atingindo um nível satisfatório”, afirmou Andrés Padilla, analista do Rabobank.

“Enquanto isso, os grãos se mantiveram em valores razoáveis”, acrescentou durante a Mercoláctea 2025, realizada de 15 a 17 de maio no parque de exposições da Asociación Rural del Uruguay, no Prado.

Em declarações ao portal Todo El Campo e ao programa Diario Rural (CX 4 Rural), Padilla acrescentou que o produtor de leite está “com margem positiva, o que permitiu que a produção aumentasse nos últimos trimestres”.

Questionado sobre a guerra comercial entre Estados Unidos e China e seu impacto no mercado de leite, Padilla destacou que esse é um fenômeno “relevante, porque a China é uma grande importadora de lácteos dos Estados Unidos, então para o mercado americano é importante que esses temas sejam resolvidos”. Isso leva a crer que “deve haver algum tipo de acordo, talvez com uma tarifa de importação permanente de 10%”.

O volume das exportações dos Estados Unidos para a China varia conforme o segmento, acrescentou. Mas, por exemplo, nas vendas de soro de leite, os EUA não conseguiriam substituir o mercado chinês por novos destinos e “isso criaria problemas internos”, já que, mesmo encontrando novos compradores, os preços seriam “muito mais baixos, alterando as dinâmicas de mercado e impactando o preço final do leite.

A REGIÃO

Sobre a situação regional, o analista observou que “a recuperação está em curso este ano”, com “a Argentina saindo de um período muito difícil, o Uruguai enfrentando algumas dificuldades, mas ambos em processo de recuperação, e o Brasil crescendo 2,5% neste ano”.

Por outro lado, Padilla afirmou que “é uma realidade” que a região vem registrando cada vez mais tambos de grande porte, em detrimento dos pequenos produtores.

“É uma tendência que se impõe: a mão de obra está cada vez mais escassa e cara, as mudanças climáticas trazem volatilidade”, e diante disso, “o produtor que tem escala e tecnologia possui uma grande vantagem. Para o pequeno produtor, será difícil se manter”.

SEGUNDO SEMESTRE POSITIVO; SUDESTE ASIÁTICO E ÁFRICA

Padilla previu que o segundo semestre do ano “também será positivo”, com grãos se mantendo em preços baixos. “Pode ser que o preço do leite caia um pouco, mas não muito, e ainda assim 2025 será um bom ano”.

Ele concluiu destacando que o Sudeste Asiático é um mercado “bastante interessante” para os países exportadores de lácteos: “Indonésia, Filipinas, Tailândia, Vietnã, Malásia estão com bom crescimento”.

Mas não são os únicos. “Outros mercados africanos também começam a aumentar o consumo, e eu diria que aí há bastante potencial”, finalizou.

 

 

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