Os custos de produção da pecuária leiteira subiram em abril pelo quarto mês consecutivo.
Cálculos do Cepea mostram que o Custo Operacional Efetivo (COE) avançou 0,28% em relação a março de 2025, considerando-se a “média Brasil” (Bahia, Goiás, Minas Gerais, Santa Catarina, São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul). A alta nos custos está atrelada principalmente à valorização de insumos voltados à nutrição do rebanho.
Em abril, o preço da saca de soja acumulou elevação de 0,89%, enquanto o milho se desvalorizou 6,12%, de acordo com dados do Cepea.
Dessa forma a categoria de concentrados apresentou alta de 0,53% na “média Brasil”. Embora o período coincida com a maior oferta de matéria-prima (soja e milho) e a menor demanda por ração em propriedades menos intensivas (que ainda contam com boa disponibilidade de forragem), alguns colaboradores do Cepea relataram dificuldades na aquisição de milho para produção de ração, sobretudo nos estados do Mato Grosso do Sul, Goiás e Mato Grosso.
A retração nas cotações do cereal pode ter estimulado um movimento mais intenso de formação de estoques, reduzindo a disponibilidade do grão em algumas praças.
Insumos voltados à suplementação mineral seguiram em alta, com valorização de 1,25% na “média Brasil” em abril e de 6,73% na parcial de 2025.
Já são 11 meses seguidos de aumento, com variação acumulada de 11,52% nesse intervalo. Com a diminuição das chuvas em algumas regiões do País, produtores que fazem uma utilização mais intensiva de suplementos minerais no período de seca devem ter um custo maior com a nutrição do rebanho.
No grupo de insumos agrícolas, o preço médio de adubos e corretivos caiu 1% na “média Brasil”, enquanto a categoria de defensivos agrícolas apresentou estabilidade nas cotações.
Maquinários e implementos agrícolas registraram quedas nos preços, assim como os custos com operações e manutenções mecânicas.
A cotação do diesel recuou no mesmo período, favorecendo o produtor. O grupo de medicamentos apresentou variações distintas em abril, com antibióticos subindo 0,31%, antimastísticos baixando 0,18% e produtos de controle de parasitário e vacinas mantendo estabilidade de preços – todos na “média Brasil”.
Poder de compra
Em março, o produtor de leite precisou de 31,56 litros para adquirir uma saca de 60 kg de milho, 8,37% a mais que no mês anterior.
Enquanto o cereal se valorizou 10,35% (para R$ 89,12/sc de 60 kg), o preço médio do leite subiu 1,83% (R$ 2,82/litro).
Com a valorização do milho mais intensa que a do litro do leite, a relação de troca de março ficou acima da média dos últimos 12 meses (25,1 litros/saca).