ESPMEXENGBRAIND
16 jul 2025
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🔬 Com apoio técnico e análise gratuita da Epamig, 91 queijarias em Minas melhoram qualidade, aumentam renda e conquistam prêmios nacionais e internacionais.
Os prêmios conquistados pelos produtores participantes do projeto são a prova concreta dos avanços. Epamig.
Os prêmios conquistados pelos produtores participantes do projeto são a prova concreta dos avanços.

O monitoramento técnico da qualidade dos queijos artesanais vem se mostrando uma ferramenta poderosa para transformar a realidade de pequenos produtores em Minas Gerais. Desde 2022, a Epamig ILCT (Instituto de Laticínios Cândido Tostes), em parceria com a Fapemig, conduz um projeto que oferece assistência gratuita a 91 queijarias nas regiões de Alagoa, Mantiqueira, Serras de Ibitipoca e Campo das Vertentes.

O resultado? Queijos mais valorizados, maior rentabilidade e prêmios de prestígio no Brasil e no exterior.

O projeto, nomeado oficialmente como PPE 00037/21, propõe o “Monitoramento da qualidade de queijos artesanais de Minas Gerais e capacitação de técnicos e produtores visando agregação de valor e competitividade”.

Mais do que um título longo, a iniciativa tem efeitos práticos notáveis: cria pontes entre pesquisa científica e saber tradicional, respeitando a identidade dos queijos artesanais, mas promovendo ajustes que garantem segurança, padronização e diferenciação de mercado.

Segundo o coordenador e pesquisador Junio de Paula, o foco é agregar valor sem descaracterizar os produtos: “Os queijos já têm qualidade, mas sugerimos melhorias com base em análises físico-químicas, microbiológicas e instrumentais.

Cada produtor recebe um laudo completo, com orientações específicas para aprimorar a produção e reduzir perdas”.

Além das análises técnicas, o projeto realiza visitas às queijarias, aplica questionários, propõe mudanças e, posteriormente, avalia os resultados dessas implementações. O ciclo se completa com treinamentos e publicações, envolvendo universidades, a Emater-MG, o Senar e os Serviços de Inspeção Municipal.

Prêmios que refletem o impacto

A mudança na qualidade dos produtos não fica apenas nos bastidores. Os prêmios conquistados pelos produtores participantes do projeto são a prova concreta dos avanços. Um exemplo é Jayme Porfírio Mendes, de Alagoa, que levou a medalha Super Ouro na ExpoQueijo 2025.

Com apoio da Epamig, Jayme conseguiu também o Selo Arte, ampliando o mercado para seus queijos. “A pesquisa nos mostrou o que melhorar. Mudamos a forma de lavar a ordenha e passamos a controlar melhor o cloro na água”, relata.

Outro caso de sucesso é o de Maria Elisa de Almeida, de Lima Duarte. Em 2024, ela conquistou a medalha Super Ouro no 3º Mundial do Queijo do Brasil, realizado em São Paulo, com seu requeijão em barra Lírio Branco.

O produto foi desenvolvido com base em uma sugestão da Epamig para reaproveitamento de queijos fora do padrão comercial — prática que não só evita desperdícios, como também cria novas oportunidades de negócio.

Um trabalho coletivo e transformador

A pesquisadora Alessandra Salimena, bolsista do projeto, destaca que a relação de confiança entre técnicos e produtores tem sido um dos maiores ativos. “Criamos vínculos. Os produtores veem os técnicos como aliados no crescimento da atividade”, afirma.

Letícia Scaffuto, também pesquisadora bolsista, completa: “Já percebemos um aumento na procura pelos queijos e no preço de venda. Isso mostra que, quando a ciência caminha junto com o produtor, todos ganham”.

Para Junio de Paula, o sentimento é de pertencimento: “Quando um produtor conquista um prêmio, a gente também se sente parte dessa vitória. Porque fizemos as análises, orientamos, construímos juntos. É um trabalho que envolve a extensão rural, as universidades, os técnicos, as associações. É a cadeia láctea se fortalecendo de dentro para fora”.

*Adaptado para eDairyNews, com informações de Agência Minas Gerais

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