O leite em Goiás volta a ganhar fôlego em 2025. A expectativa para o Valor Bruto da Produção (VBP) do leite no estado é de crescimento de 6,5%, impulsionado por melhores condições climáticas e aumento das exportações.
A projeção é da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), conforme divulgado no boletim Agro em Dados de julho.
De acordo com o Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), o VBP do leite goiano deve atingir R$ 6,0 bilhões em 2025, após dois anos seguidos de retração.
Esse desempenho positivo está ancorado na elevação da produção de leite industrializado observada no primeiro trimestre, a segunda consecutiva, tanto no estado quanto no cenário nacional.
Entre os principais fatores está a maior disponibilidade de forragem entre outubro e março, que favoreceu o desempenho zootécnico dos rebanhos leiteiros.
No campo, a relação de troca para o produtor também apresentou sinais positivos. Segundo levantamento da Embrapa, em abril foram necessários 34 litros de leite para comprar 60 kg de mistura, uma queda de 1,5% em comparação a março.
Esse recuo contrasta com a forte alta de 7% registrada no mesmo período do ano anterior, indicando uma leve melhora na rentabilidade do produtor.
Apesar disso, o preço pago ao produtor em Goiás recuou 10,2% em maio, reflexo do aumento da oferta no campo. As boas condições climáticas resultaram em maior produção, pressionando o mercado interno. A tendência é que, com a entrada do período seco, esse cenário possa se ajustar ao longo do segundo semestre.
No comércio exterior, os lácteos goianos ganharam destaque. Entre janeiro e maio de 2025, as exportações de creme de leite e leite condensado atingiram volume histórico: 234 toneladas, com faturamento de US$ 570,3 mil.
Os Estados Unidos lideraram as compras, com um aumento expressivo de 89,7% em relação ao mesmo período do ano anterior. O desempenho das exportações ajudou a reduzir o déficit da balança comercial do setor, fortalecendo a presença internacional dos produtos lácteos de Goiás.
No mercado global, o leite em pó integral foi negociado a US$ 4.084 por tonelada no leilão da plataforma Global Dairy Trade, realizado em 17 de junho. Apesar de ser a terceira queda consecutiva, o valor permanece acima da média anual, refletindo um mercado ainda aquecido.
Já o preço médio das importações brasileiras de leite em pó entre janeiro e maio de 2025 foi de US$ 3.743,73 por tonelada, uma alta de 10,2% frente ao mesmo período de 2024, o que pressiona a competitividade interna frente aos produtos importados.
Com produção em crescimento, custos mais controlados e aumento das exportações, Goiás consolida-se como um dos principais polos leiteiros do país. As projeções otimistas para 2025 reforçam o papel estratégico do estado tanto no abastecimento interno quanto na pauta exportadora de lácteos brasileiros.
*Adaptado para eDairyNews, com informações de Agro Link