Leite com baixa emissão é o tema central do novo programa da Fonterra, com apoio de Mars e Nestlé para incentivar fazendas a reduzirem emissões de carbono e ganhos por desempenho ambiental.
A Fonterra, cooperativa neozelandesa com cerca de 8.000 fornecedores, estima que aproximadamente 6.000 fazendas (87%) já atendem ao critério de emissões abaixo da linha de base de 2017/2018, o que as torna elegíveis a reembolso de US$ 1.500 por ferramentas de redução de emissões nesta temporada.
O programa faz parte do esquema Co‑operative Difference, atualizado para a temporada 2025/26, já iniciado em 1º de junho.
Ele oferece um bônus extra de 1 a 5 centavos de dólar neozelandês por kg de sólidos de leite (kgMS) às fazendas que cumprirem novos critérios de Emissions Excellence, além de permitir o acesso a soluções como serviços de genética animal (LIC, CRV), otimização de pastagens (Pasture, Aimer) e plataformas de dados (FarmIQ, Trev), incluindo plantio local.
Além disso, os gigantes globais Mars e Nestlé se comprometeram a financiar dois novos incentivos junto à Fonterra: ferramentas para redução de emissões e um pagamento adicional para produtores com pegadas de carbono mais baixas.
- Mars, por meio do programa Farmer Forward, investirá US$ 27 milhões ao longo de cinco anos. Cerca de metade desse valor será destinado a ferramentas tecnológicas em até 2.000 fazendas, e o restante a pagamentos de até US$ 15.000 por ano para cerca de 165 produtores que apresentarem os avanços mais significativos.
- Nestlé, cuja participação no programa não teve valor divulgado, já é maior compradora de ingredientes lácteos da Fonterra e vê os laticínios como sua maior fonte de emissões indiretas (Scope 3). A empresa reafirma seu compromisso com a neutralidade de carbono até 2050, apoiando seus parceiros rurais nessa jornada.
Segundo Chris Appleby, da Farm Source, o engajamento dos produtores foi muito positivo. As ferramentas foram escolhidas com base em feedback direto e são escaláveis e aplicáveis nacionalmente. A diretora Anne Douglas também ressalta os benefícios: maior eficiência operacional, redução da intensidade de emissões e contribuição para as metas do plano climático da cooperativa.
A progressão histórica mostra números consistentes: 72% das fazendas atingiram ou ultrapassaram a linha de base na temporada 2021/22, 83% em 2022/23 e 87% em 2023/24. A expectativa é que entre 300 e 350 fazendas com pegadas mais baixas sejam beneficiadas com bônus de 10 a 25 centavos por kgMS.
O programa reforça o compromisso da Fonterra com sua Climate Roadmap, que tem como meta reduzir 30% da intensidade de emissões por kgMS até 2030, com base no ano de 2018, e alcançar zero emissões líquidas até 2050.
*Adaptado para eDairyNews, com informações de Farmers Weekly
