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29 jul 2025
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Mais de 3,7 toneladas de mussarela foram encontradas em residência em Governador Valadares; suspeita de estelionato e receptação.
Polícia encontra mais de 3 toneladas de mussarela armazenadas em casa de Governador Valadares; produto seria levado para o Espírito Santo — Foto: Polícia Militar/Divulgação
Polícia encontra mais de 3 toneladas de mussarela armazenadas em casa de Governador Valadares; produto seria levado para o Espírito Santo — Foto: Polícia Militar/Divulgação

A mussarela foi o foco da apreensão de uma carga de mais de 3,7 toneladas encontrada em uma casa em Governador Valadares, Minas Gerais, na noite de 26 de julho de 2025.

A Polícia Militar atuou no bairro Jardim Pérola, após flagrar a transferência da carga de uma residência para um caminhão com destino a Vitória (ES).

A moradora informou que autorizou o depósito a pedido de um homem que prometeu buscar a carga mais tarde. Quando outro indivíduo chegou para recolher o produto, foi abordado pela polícia.

Ele afirmou ter sido contratado para fazer o transporte até o Espírito Santo e que havia recebido a nota fiscal por mensagem, mas que o documento e as conversas foram apagados posteriormente.

O delegado de plantão levantou a hipótese de estelionato, já que o nome do responsável pelos produtos estaria envolvido em golpes semelhantes. A polícia Civil segue com as investigações.

Sem ter onde armazenar adequadamente o produto, a polícia determinou que a carga fosse dividida entre os dois envolvidos, que assinaram como “fiéis depositários”: cerca de 100 caixas ficaram com a proprietária do imóvel e 208 com o motorista. Cada caixa continha quatro peças de mussarela.

Contexto no Brasil

Casos envolvendo queijo, especialmente mussarela, estão se tornando recorrentes no país:

  • Em agosto de 2024, uma carga de 357 kg de queijos (mussarela e prato) furtada em Uberaba (MG) foi recuperada pela PRF em Betim (MG), com suspeita de receptação, já que não havia documentação fiscal.
  • Em julho de 2024, 27 toneladas de queijo foram apreendidas no Rio Grande do Sul, oriundas de possível estelionato contra um laticínio de São Domingos do Sul (RS), avaliada em R$ 737 mil. A carga seria levada à Bahia.

 

Esses exemplos ilustram padrões semelhantes: transporte de grandes volumes sem documentação fiscal, origem duvidosa e transações fraudulentas envolvendo empresas do setor lácteo.

Estelionato e receptação: base legal

O crime de estelionato, conforme o artigo 171 do Código Penal, passa a ser apurável mediante representação da vítima, conforme alterações da Lei 13.964/2019, com raras exceções.

Isso implica que, para prosseguir com investigação criminal, depende da pessoa ou empresa lesada manifestar interesse formal.

Quando se trata de receptação de carga, como no caso de transporte de produtos furtados ou com origem fraudulenta, a responsabilidade recai sobre os envolvidos, que podem responder criminalmente mesmo sem ter praticado o furto diretamente, se souberem ou deveriam saber da origem ilícita.

Impacto para a cadeia láctea e dicas de observação

Para o setor lácteo, essas ocorrências reforçam a importância da rastreabilidade desde o produtor até o consumidor final. A ausência de nota fiscal, rotulagem irregular ou transporte clandestino compromete a credibilidade de toda a cadeia.

Além disso, consumidores devem ficar atentos a produtos com preço muito abaixo do mercado ou rótulos inconsistentes, especialmente por conta da circulação de queijos processados ou falsos, que incluem fécula de batata ou emulsificantes em sua composição.

Conclusão

O caso da mussarela encontrada em Governador Valadares evidencia mais um episódio preocupante envolvendo cargas fraudulentas no setor de laticínios.

A investigação em curso pela Polícia Civil vai aprofundar a origem da carga, a participação dos suspeitos e as possíveis vítimas empresariais, além de verificar indícios de estelionato ou receptação.

Para o mercado leiteiro, fica o alerta sobre a necessidade de maior controle e diligência nas transações.

*Adaptado para eDairyNews, com informações de G1

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