ESPMEXENGBRAIND
4 ago 2025
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O varejo do interior do Brasil já responde por 55% do consumo nacional. Para as indústrias lácteas, ignorar esse movimento é abrir mão do futuro.
Enquanto as grandes marcas disputam prateleiras e atenção em São Paulo, Rio de Janeiro ou Belo Horizonte, um consumidor cada vez mais exigente cresce nas cidades médias do interior. Brasil
Enquanto as grandes marcas disputam prateleiras e atenção em São Paulo, Rio de Janeiro ou Belo Horizonte, um consumidor cada vez mais exigente cresce nas cidades médias do interior.

O mercado consumidor brasileiro passa por uma mudança silenciosa, mas profunda.

De acordo com dados do IPC Maps 2025, o interior do Brasil já concentra 55% do consumo nacional, enquanto as capitais e regiões metropolitanas, antes protagonistas, perdem espaço.

Para o setor lácteo, que tradicionalmente tem sua base produtiva nessas regiões, essa tendência traz uma mensagem clara: o futuro do crescimento está fora dos grandes centros urbanos.

Interior: de berço produtor a potência consumidora

Enquanto as grandes marcas disputam prateleiras e atenção em São Paulo, Rio de Janeiro ou Belo Horizonte, um consumidor cada vez mais exigente cresce nas cidades médias do interior.

São municípios entre 50 mil e 150 mil habitantes, com alto Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), economia ativa e forte presença do agronegócio e da indústria – exatamente o perfil onde a cadeia láctea está enraizada.

Esse consumidor, segundo a análise do CEO da TXC, Rubens Inácio, não quer apenas produtos, quer relacionamento e reconhecimento.

O varejo local já percebeu isso, oferecendo experiências diferenciadas que aumentam a fidelização. Para as marcas de lácteos, especialmente as que disputam espaço nas gôndolas, esse comportamento é uma oportunidade de ouro para reposicionar estratégias.

Oportunidade para lácteos: do básico ao premium

A demanda no interior não se limita a produtos de primeira necessidade como leite UHT.

Há espaço para linhas premium, artesanais, funcionais e de origem controlada, categorias que crescem quando o consumidor se sente valorizado e quando há conexão com a cultura local.

Além disso, a menor saturação de marcas em relação às capitais permite construir presença com menor custo competitivo e maior margem.

Cooperativas e pequenas indústrias regionais podem explorar melhor seu vínculo com a comunidade, enquanto multinacionais e grandes processadoras precisam adaptar seu marketing para não perder terreno.

Distribuição e relacionamento: as chaves para conquistar esse mercado

A pesquisa mostra que no interior, as lojas físicas são mais que pontos de venda; são pontos de encontro.

Isso muda o jogo para a indústria láctea, que pode investir em ações de degustação, storytelling de marca e parcerias com varejistas locais para criar experiências de consumo.

Além disso, o fortalecimento de canais digitais – e-commerce, marketplaces e entregas diretas – deve acompanhar essa expansão, garantindo que o consumidor do interior também tenha acesso facilitado a produtos diferenciados.

Reflexão final

O varejo brasileiro já virou a chave. Quem continuar concentrando esforços apenas nas capitais corre o risco de ficar para trás.

Para o setor lácteo, essa tendência é ainda mais estratégica: o interior não é apenas o celeiro da produção, agora também dita o ritmo do consumo.

📌 Ignorar esse movimento não é uma opção; é perder o jogo antes de começar.

 

*Adaptado para eDairyNews, com informações de Minuto Rural

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