A cabra Giselle nasceu e foi criada na cidade de Prata, no Cariri paraibano, e hoje é símbolo nacional da caprinocultura – com mais de mil troféus conquistados, produção diária de até 10 litros de leite e uma proposta de R$ 80 mil recusada pelo criador.
A trajetória de uma campeã
Aos 9 anos de idade, Giselle já é considerada uma das cabras mais premiadas do Brasil.
Na edição mais recente da Expoprata, ela chegou a produzir quase 16 kg de leite em um só torneio, destacando‑se tanto pela produtividade quanto pela consagração genética.
O criador Erivaldo Vieira, conhecido como “Fita”, investiu na seleção a partir de Giselle: muitos animais do seu rebanho têm linhagens que passam por ela, consolidando um padrão de excelência na região.
O valor de R$ 80 mil oferecido foi prontamente recusado – Giselle é considerada patrimônio de família e peça-chave na formação de um rebanho referência.
Um cômodo exclusivo foi construído para guardar os troféus e medalhas da campeã, destacando o carinho e reconhecimento que ela desperta.
Por que a cabra Giselle se destaca?
- Produção de leite superior: desempenho de até 10 litros por dia, excepcional para caprinos do Semiárido.
- Excelência reprodutiva: parâmetros técnicos em torneios enfatizam sua genética superior.
- Genética multiplicada: descendência de destaque que eleva a qualidade do rebanho de Fita.
- Visibilidade nacional: cases como o de Giselle aparecem em veículos como Globo Rural, inspirando outros criadores.
Contexto da caprinocultura na Paraíba e no Brasil
A Paraíba é o maior produtor de leite caprino no país, com cerca de 5,6 milhões de litros por ano segundo o Censo Agrícola de 2017.
A caprinocultura leiteira cresce rapidamente, com dados de 2025 apontando que o estado lidera em número de caprinos e movimenta cerca de R$ 16,2 milhões por meio de programas públicos como o Programa do Leite da Paraíba.
No Cariri paraibano, famílias produtoras adotam manejo familiar e técnicas simples, mas eficientes, com apoio técnico e engenharia genética para elevar produtividade e qualidade do produto.
Programas como o da Embrapa Caprinos e Ovinos têm reforçado boas práticas de higiene na ordenha e controle de mastite, além de oferecer suporte nutricional com redução de custos para os criadores.
O impacto de Giselle no setor
A história de Giselle demonstra que um exemplar de alta performance pode transformar a percepção da atividade.
Inspirando pequenos produtores familiares, ela mostra que é possível aliar genética, manejo e dedicação para alcançar níveis profissionais mesmo em ambientes tradicionais do Semiárido.
Essa cabra também ajuda a alavancar inovações em produtos de valor agregado desenvolvidos com leite caprino — desde iogurtes probióticos até bebidas lácteas em pó enriquecidas com frutas típicas do sertão como seriguela e açafrão-da-terra.
Um modelo para o futuro
O caso de Giselle reforça a necessidade de:
- Valorização genética: investimento em matrizes selecionadas que elevam a produtividade do rebanho.
- Assistência técnica: adoção de práticas sanitárias e nutricionais adequadas, como a expansão do calendário de vacinação e controle de parasitas.
- Inovação agroindustrial: diversificação com produtos lácteos de cabra que agregam valor nutricional e econômico.
- Políticas públicas eficazes: incentivo via programas estaduais, cooperativas e apoio institucional para fomentar a caprinocultura sustentável.
A cabra Giselle transcendeu os limites de sua fazenda em Prata, Paraíba, tornando‑se referência nacional: com mais de mil prêmios, produção diária de até 10 litros de leite e posição central na genética do rebanho familiar. Sua história evidencia o potencial técnico e econômico dos pequenos produtores de caprinos no Sertão brasileiro.
*Adaptado para eDairyNews, com informações de CompreRural