WOFEX 2025 | Presença estratégica das agroindústrias brasileiras nas Filipinas pode pavimentar o caminho para os lácteos conquistarem novos mercados no Sudeste Asiático.
A participação do Brasil na WOFEX 2025, principal feira de alimentos das Filipinas, liderada pela ABPA em parceria com a ApexBrasil, marca um passo estratégico que pode beneficiar não só a carne suína e de frango, mas também abrir novas janelas para a exportação de lácteos brasileiros.
De 6 a 9 de agosto, 13 agroindústrias exportadoras brasileiras estarão reunidas em um pavilhão exclusivo de proteína animal na World Food Expo (WOFEX), em Manila.
A ação é parte do lançamento do Road Show 2025, iniciativa internacional que busca fortalecer a imagem do Brasil como parceiro confiável na segurança alimentar global.
Embora o foco inicial da missão seja a carne, a movimentação estratégica da ABPA – alinhada com diretrizes sanitárias da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA/WOAH) – aponta para uma abertura mais ampla de canais comerciais e diplomáticos com o Sudeste Asiático, uma região com mais de 600 milhões de consumidores e crescente demanda por alimentos de alto valor agregado, incluindo lácteos.
Um passo que pode alavancar o leite brasileiro
Os laticínios ainda têm presença modesta no mercado filipino, mas movimentos como este criam sinergia institucional e fortalecem a confiança em protocolos sanitários, fator essencial para que o leite brasileiro conquiste novos destinos.
O presidente da ABPA, Ricardo Santin, destaca que a ação na WOFEX reflete “os novos patamares estabelecidos nas relações com o mercado filipino”, atualmente líder nas importações de carne suína do Brasil e em expansão no consumo de frango.
Esse fortalecimento pode ser replicado para o setor lácteo, sobretudo se houver coordenação com a Viva Lácteos e o Ministério da Agricultura.
Oportunidade regional em expansão
A presença brasileira na WOFEX também atrai olhares de compradores e distribuidores de todo o Sudeste Asiático, região que inclui mercados com alto potencial de importação de laticínios como Indonésia, Vietnã e Tailândia.
Além de reuniões de negócios e ações promocionais, a etapa nas Filipinas contará com seminário técnico-institucional, reunindo autoridades locais e representantes do setor privado, o que pode favorecer futuras negociações para habilitação de produtos lácteos.
Exportações de lácteos: por que faz sentido mirar na Ásia?
Segundo dados da Embrapa Gado de Leite, o Brasil exportou em 2024 cerca de US$ 180 milhões em produtos lácteos, com destinos concentrados na América Latina e Norte da África.
No entanto, a Ásia representa um mercado inexplorado, mas com crescente consumo de derivados do leite, especialmente em países com urbanização acelerada e aumento de renda.
A Nova Zelândia, líder nas exportações de leite em pó para a Ásia, já aproveita a demanda da região. O Brasil, com preços competitivos e crescente padronização sanitária, pode disputar parte desse mercado – se investir em estratégia, promoção e habilitação.
O que falta para os laticínios entrarem no jogo?
A chave está em coordenação institucional. Se o setor lácteo seguir os passos da ABPA – com promoção ativa, relacionamento com autoridades e investimento em imagem internacional –, poderá ganhar espaço nos mesmos mercados onde a carne brasileira reina.
A WOFEX, nesse contexto, é mais do que uma vitrine de carnes: é uma porta aberta para consolidar o Brasil como fornecedor de alimentos completos, do pasto ao copo.
*Adaptado para eDairyNews, com informações de DBO