ESPMEXENGBRAIND
8 ago 2025
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Projeções do USDA indicam forte crescimento nas importações chinesas de leite em pó integral, o que pode beneficiar exportadores da América Latina.
Recanto . Os produtores de leite também podem ser prejudicados pela medida

As importações chinesas de leite em pó integral (LPI) devem crescer de forma significativa em 2025, segundo projeções recentes do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).

Esse movimento pode se tornar um dos motores mais relevantes da valorização dos lácteos no comércio internacional, impactando positivamente produtores e indústrias exportadoras — especialmente aquelas com capacidade de abastecer o mercado asiático com volume, regularidade e qualidade.

Demanda chinesa por lácteos segue forte

A previsão do USDA surge em um momento em que a recuperação econômica da China sinaliza uma retomada do consumo urbano e de alimentos com maior densidade proteica.

O leite em pó integral, pela sua praticidade, longa vida útil e versatilidade, continua sendo o produto lácteo mais demandado pelo país asiático, principalmente para abastecer os setores de panificação, confeitaria e bebidas lácteas.

A elevação da demanda também pode estar relacionada à desaceleração da produção local, pressionada por custos altos e questões sanitárias que afetaram rebanhos leiteiros nos últimos anos.

Embora o USDA não tenha detalhado os motivos específicos da projeção, analistas de mercado apontam que o crescimento urbano e a mudança nos hábitos alimentares continuam impulsionando o consumo.

Efeito dominó nos preços globais

A importância da China no comércio global de lácteos é tamanha que qualquer movimento de compra ou retração afeta diretamente as cotações internacionais.

Com um aumento nas importações de LPI, o mercado global poderá experimentar uma valorização nos preços, principalmente se a demanda coincidir com oferta limitada dos principais exportadores.

A expectativa de maior demanda também eleva o interesse de investidores e operadores do mercado futuro de lácteos, que passam a monitorar de perto os movimentos de compra chineses para ajustar estratégias de hedge e precificação.

Boas notícias para exportadores da América Latina

A nova projeção do USDA representa uma janela de oportunidade para países como Argentina, Uruguai e Brasil.

Embora o Brasil tradicionalmente não figure entre os maiores exportadores de LPI, pode se beneficiar indiretamente com o redirecionamento de produtos de origem neozelandesa, australiana e europeia, que buscam atender à demanda chinesa.

Para Argentina e Uruguai, exportadores consolidados de leite em pó, o cenário é duplamente favorável: além de possíveis aumentos de volume embarcado, existe a chance de negociar preços melhores, sustentados pela pressão da demanda asiática.

As indústrias desses países devem se preparar para competir com eficiência, observando requisitos fitossanitários, logística e timing.

O papel estratégico do leite em pó integral

O LPI se tornou um commodity estratégico da agroindústria por sua capacidade de atravessar fronteiras com facilidade, atender mercados exigentes e manter qualidade por longos períodos de armazenamento.

Nos últimos anos, foi peça-chave em programas de segurança alimentar em países em desenvolvimento e insumo valioso para grandes indústrias alimentícias.

Se a tendência de aumento da demanda chinesa se confirmar, os países exportadores precisarão ajustar suas cadeias de produção e comercialização para não perder o timing do mercado. Isso inclui desde estratégias de captação de leite e industrialização até a antecipação de contratos de exportação.

*Adaptado para eDairyNews, com informações de seu Content Partner Fedeleche

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