ESPMEXENGBRAIND
15 ago 2025
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No Paraná, derivados lácteos ficaram mais caros em julho, mesmo com recuo no valor pago ao produtor.
Apesar do cenário de preços mais altos para o consumidor final, o valor pago ao produtor recuou. Paraná
Apesar do cenário de preços mais altos para o consumidor final, o valor pago ao produtor recuou.

Os preços de derivados lácteos subiram em julho no Paraná, segundo dados do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab).

O boletim mensal de conjuntura agropecuária, divulgado em 14 de agosto, aponta que o leite longa vida atingiu R$ 5,04 nos supermercados, um avanço de 1,25% em relação a junho.

O levantamento mostra que o queijo muçarela também registrou aumento, chegando a R$ 52,52 o quilo no varejo, alta de 0,62% frente ao mês anterior.

As informações são baseadas no acompanhamento de preços da Seab/Deral, que monitora os principais produtos de consumo interno.

Apesar do cenário de preços mais altos para o consumidor final, o valor pago ao produtor recuou. Em julho, a média recebida pelo litro de leite no estado foi de R$ 2,80, queda de 1,13% em relação a junho.

Ainda assim, esse valor representa um incremento de 1,58% sobre o registrado no mesmo mês de 2024.

Captação de leite se mantém firme

O Deral atribui parte da estabilidade na oferta ao desempenho da captação nacional, que não foi significativamente impactada pelo inverno rigoroso observado este ano no Sul do Brasil.

Conforme o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), depois de três meses seguidos de retração na produção — janeiro, fevereiro e março —, o setor apresentou crescimento nos meses seguintes: alta de 2,99% em abril, 1,13% em maio e 3,31% em junho.

Essa recuperação ajudou a conter pressões maiores sobre o abastecimento e os preços ao consumidor, embora fatores como custos logísticos, energia e insumos industriais continuem a influenciar a formação dos preços no varejo.

Inverno e custos na cadeia

O boletim do Deral destaca que o inverno mais intenso, combinado a custos persistentes na cadeia láctea, cria um ambiente de preços diferenciados entre produtor e consumidor.

No campo, o alívio no custo de alguns insumos, como grãos para ração, não foi suficiente para neutralizar pressões advindas do clima sobre a produção, especialmente em pequenas e médias propriedades.

Para o consumidor, no entanto, as altas registradas em julho refletem, além da dinâmica da oferta e demanda, a incorporação de custos de processamento, transporte e distribuição.

No caso do leite UHT, a variação de 1,25% sobre junho representa um acréscimo relevante para o orçamento das famílias, sobretudo diante da inflação acumulada nos alimentos.

Perspectivas para agosto

De acordo com técnicos do Deral, as perspectivas para agosto indicam manutenção da oferta de leite no estado, com tendência de estabilidade nos preços ao produtor.

Já no varejo, a expectativa é de que os preços se mantenham firmes, especialmente para produtos com maior valor agregado, como queijos finos e iogurtes.

O Cepea ressalta que a competitividade do leite brasileiro no mercado interno e externo ainda enfrenta desafios ligados ao custo de produção e à concorrência de importados, principalmente de países do Mercosul, cujos preços podem influenciar a formação do mercado doméstico.

*Adaptado para eDairyNews, com informações de Agrolink

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