ESPMEXENGBRAIND
16 ago 2025
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Histórias de amor e tradição movem famílias no Amazonas e na Bahia, cujos queijos de leite de búfala já conquistam destaque em concursos nacionais.
Queijarias familiares de leite de búfala do Brasil transformam paixão em medalhas.
Queijarias familiares de leite de búfala do Brasil transformam paixão em medalhas.

O leite de búfala tem sido o fio condutor de histórias de amor, tradição e persistência que hoje brilham em concursos nacionais de queijos artesanais.

No Amazonas e na Bahia, duas famílias dedicadas à produção artesanal transformaram gerações de trabalho em reconhecimento, colecionando medalhas e provando que paixão e cuidado podem ser diferenciais decisivos.

No sul da Bahia, em Arraial d’Ajuda, a Trevo dos Búfalos é um exemplo de perseverança e inovação. O negócio começou há 50 anos com os avós Hélio e Maria Cangussu, criadores de bubalinos da raça Murrah.

Hoje, quem lidera a terceira geração é Victória Cangussu, que conta com o apoio e a inspiração da família, inclusive dos avós, que ainda acompanham as novidades na produção.

Segundo Victória, o terroir salino da região, próximo ao mar e aliado às pastagens nativas, confere ao leite características únicas, refletidas nos cerca de 15 derivados fabricados, incluindo queijos, manteigas e iogurtes.

Recentemente, a queijaria conquistou destaque no Prêmio Queijo Brasil, em Blumenau (SC), levando prata com a burrata tradicional e bronze com a burrata com goiabada.

“A burrata com goiabada nasceu de uma inspiração pessoal, uma forma de transformar o clássico dos queijos numa sobremesa, evocando a memória afetiva do Romeu e Julieta”, explicou a produtora.

Além disso, a burrata de gorgonzola com damasco, criada por sua mãe, Geaninni, garantiu medalha de ouro na Expoqueijo Araxá Internacional Cheese Award.

Enquanto isso, no coração da Amazônia, em Novo Céu, Autazes, a Queijaria d’Lourdes escreve sua própria história de superação.

Considerada pioneira na produção de queijos maturados no Amazonas, a empresa hoje é comandada pelos irmãos Arleane e Alan Kardec Figueiredo, representantes da quarta geração de uma tradição iniciada pela bisavó Honória e passada pela avó Maria de Lourdes.

Apesar da estrutura modesta — a maturação ainda é feita em uma simples geladeira, já que não possuem câmara frigorífica —, os resultados impressionam.

Em Minas Gerais, durante a Expoqueijo Araxá Internacional Cheese Award 2025, a d’Lourdes conquistou quatro medalhas de ouro, com destaque para a ricota fresca de búfala e o queijo coalho produzido tanto com leite bovino quanto bubalino.

O sucesso continuou em Blumenau (SC), no VIII Prêmio Queijo Brasil 2025, onde a queijaria levou nove medalhas, sendo cinco de ouro.

Para Arleane, o segredo é simples, mas essencial: “A receita para fazer um bom queijo é higiene, cuidado e pensar sempre em quem vai consumir. Se você gosta do que faz e busca qualidade, o resultado aparece”.

Essas histórias refletem não apenas dedicação individual, mas também a relevância da bubalinocultura no cenário nacional.

Para o presidente da Associação Brasileira de Criadores de Búfalos (ABCB), Simon Ries, os concursos são fundamentais.

“Além de divulgar os produtos derivados do leite de búfala em todo o país, eles podem abrir novos mercados para os produtores”, destacou.

As conquistas de Trevo dos Búfalos e Queijaria d’Lourdes reforçam o papel do leite de búfala como protagonista de uma produção artesanal que une tradição, inovação e afeto, elevando o nome do Brasil no cenário queijeiro nacional.

*Adaptado para eDairyNews, com informações de Compre Rural

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