ESPMEXENGBRAIND
18 ago 2025
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Minas Gerais se destaca no mercado de laticínios ao abrir novas empresas, puxado por queijos premium e maior eficiência logística.
O Estado mineiro lidera o mercado de laticínios com expansão no atacado e varejo, apesar do cenário nacional desafiador.
O Estado mineiro lidera o mercado de laticínios com expansão no atacado e varejo, apesar do cenário nacional desafiador.

Minas Gerais se destaca no mercado de laticínios, mesmo em um cenário desafiador no Brasil.

O Estado registrou crescimento no número de empresas do setor em 2024, contrariando a tendência nacional de retração.

Segundo levantamento da consultoria Equus Capital, as regiões Sul, Sudoeste e a Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) foram as que mais impulsionaram os resultados.

O comércio varejista de laticínios e frios liderou a expansão, com 121 novas empresas, um aumento líquido de 4,1% frente ao ano anterior.

Em seguida, o comércio atacadista de sorvetes apresentou 65 aberturas líquidas, com alta de 50,4%. Já a fabricação de laticínios contabilizou 58 novas empresas, equivalente a um crescimento de 4,6%.

De acordo com Felipe Vasconcellos, sócio da Equus Capital, esse desempenho está ligado à maior consolidação industrial do Estado e à qualidade reconhecida de seus produtos. “Nós temos os queijos premium mineiros se destacando cada vez mais, inclusive com prêmios internacionais”, destacou.

Interior ganha protagonismo

O estudo mostra que o interior do Estado também vem recebendo investimentos significativos. Apenas nas regiões Sul e Sudoeste, o número de empresas dobrou em 2024, com seis novas aberturas líquidas. Esse movimento demonstra o interesse de empresas de médio e grande porte em expandir operações em áreas estratégicas próximas às bacias leiteiras.

A RMBH, por sua vez, liderou em volume absoluto de novas empresas, especialmente em três segmentos: atacado de leite e derivados, comércio atacadista de sorvetes e fabricação de gelados. Essa concentração reforça a importância logística da capital mineira, que funciona como hub de abastecimento para a região Sudeste e parte do Centro-Oeste.

Desafios de permanência

Apesar dos números positivos em alguns subsetores, o levantamento revela dificuldades para pequenas empresas. O tempo médio de funcionamento das companhias que encerraram atividades nos últimos dois anos foi de 7,2 anos, sendo que 22,4% delas tinham menos de dois anos de mercado. O comércio varejista de laticínios e frios foi o mais afetado, com 23,5% de fechamento de estabelecimentos no período.

Essa taxa de mortalidade mostra como a concorrência acirrada, os custos elevados e a dificuldade de gestão ainda comprometem a sobrevivência de pequenos negócios.

Relevância nacional

Segundo Vasconcellos, Minas Gerais mantém papel histórico no setor de laticínios do Brasil e se coloca entre os três principais produtores do País, ao lado de São Paulo e Paraná. O Sul de Minas, em especial, atende tanto o consumo interno quanto regiões vizinhas, como Norte de São Paulo e Rio de Janeiro.

Essa vocação regional fortalece a capacidade de Minas em se consolidar também como exportador, tendência que deve crescer nos próximos anos.

Um setor em transição

O estudo da Equus Capital aponta que 2024 foi marcado por 7.603 fechamentos de empresas no setor de laticínios em todo o Brasil, revelando um movimento de consolidação. Micro e pequenas empresas foram as mais atingidas, enquanto indústrias e atacadistas mantiveram crescimento líquido puxado por eficiência logística e inovação.

No subsetor de fabricação de laticínios, a taxa de encerramento chegou a 21,5% em 2023, reflexo da complexidade regulatória e dos altos custos operacionais. Já o comércio atacadista de leite e derivados registrou queda de 13,7%, com 187 empresas fechadas.

Para Vasconcellos, a chave está em investir em tecnologia e logística: “Empresas que ampliam canais de distribuição e investem em gestão conseguem ganhar espaço, principalmente no atacado e na indústria”, afirmou.

Perspectivas

Entre os principais entraves ao crescimento, o dirigente aponta as altas taxas de juros, que limitam a expansão de pequenas empresas já endividadas. A dependência de importações em alguns segmentos e a questão da sucessão familiar também são desafios relevantes.

“Existe um movimento de consolidação no mercado, das grandes comprando as médias, e para empresários sem sucessores, esse pode ser um momento de bons negócios”, reforçou Vasconcellos.

Com isso, mesmo diante de um ambiente macroeconômico incerto, Minas Gerais segue como um polo estratégico no mercado de laticínios, destacando-se pela qualidade, pela logística e pela capacidade de atrair novos investimentos.

*Adaptado para eDairyNews, com informações de Diário do Comércio

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