ESPMEXENGBRAIND
22 ago 2025
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Algoritmo de IA identifica mastite nas fazendas antes dos sintomas e promete salvar bilhões no setor lácteo mundial.
Start-up usa IA para detectar mastite e reduzir prejuízos no leite 🧬 Fazendas
Start-up usa IA para detectar mastite e reduzir prejuízos no leite 🧬

A inteligência artificial (IA) chega às fazendas leiteiras para enfrentar a mastite, problema que gera prejuízos anuais de até US$ 32 bilhões no setor global de lácteos.

A empreendedora Julia Somerdin, fundadora da agtech Labby, desenvolveu um sistema capaz de identificar a infecção bacteriana no úbere antes que os sintomas apareçam, permitindo ação imediata dos produtores.

A mastite, que causa dor aos animais e obriga ao descarte do leite contaminado, é um desafio histórico para a pecuária leiteira.

Estima-se que cada caso represente até US$ 500 em perdas por vaca, afetando de 2% a 5% do rebanho em um único mês. “O ponto realmente importante é que os produtores concentrem seus recursos nas vacas que realmente precisam de atenção”, afirmou Somerdin em entrevista à Forbes.

A tecnologia da Labby, chamada MilKey, combina análise de imagem avançada com um dispositivo portátil que coleta amostras de leite em tempo real. Um algoritmo baseado em IA avalia gordura, proteína e contagem de células somáticas — indicadores precoces de resposta imunológica.

Os resultados chegam diretamente ao celular do produtor, muito antes do método tradicional de testagem em lotes já enviados para processamento.

Sediada em Rochester, Nova York, a Labby surgiu em 2017 e vem crescendo com apoio de programas como o Techstars Lisbon Accelerator e a Dairy Farmers of America.

A empresa já captou mais de US$ 1,25 milhão em financiamentos não dilutivos do Small Business Innovation Research e conquistou o prêmio Grow-NY de US$ 250 mil. Atualmente, opera com uma equipe de oito pessoas e um modelo de negócios que combina venda de hardware com assinatura diária de monitoramento por vaca.

Segundo Julio Giordano, diretor do Cornell Agriculture Systems Testbed and Demonstration Site (CAST), a principal vantagem da tecnologia é a flexibilidade: ela pode ser integrada a qualquer ordenhadeira e conectada a outros fluxos de dados, como variáveis ambientais.

“A integração de dados é um dos maiores desafios do setor de laticínios. Há muitos sistemas diferentes e o desafio é reuni-los de forma útil”, disse Giordano.

Em maio, a primeira instalação comercial foi ativada no SmartHolstein Lab, em Bowling Green, Kentucky. Para Jeffrey Bewley, diretor executivo de genética e inovação da Holstein Association USA, a solução se diferencia por operar sem contato direto, evitando problemas com vacas curiosas e pesadas, que podem danificar sensores tradicionais.

“Não há partes móveis nem desvantagens em medir continuamente. O sistema pode funcionar enquanto a ordenhadeira estiver em operação”, afirmou.

Somerdin, que integra a lista Forbes 50 Over 50 de 2025 nos EUA, ressalta que a visão da Labby vai além da detecção de mastite.

“Queremos melhorar a vida nas fazendas, apoiar os produtores e garantir leite de qualidade para os consumidores”, declarou. Formada em engenharia elétrica na China, com MBA pela Northeastern University e estudos no MIT, ela trouxe sua experiência em telecomunicações e defesa para a indústria láctea.

O próximo passo da start-up é expandir a base de clientes e consolidar o uso preditivo da ferramenta, que pode sinalizar problemas horas ou dias antes de se tornarem críticos.

“Isso pode fazer uma enorme diferença no retorno econômico e na alocação de recursos”, reforçou a empreendedora.

Com a pressão por eficiência e sustentabilidade nas cadeias de suprimento de leite, tecnologias como a da Labby podem representar um divisor de águas. Para os produtores, o benefício é claro: menos descarte, mais produtividade e maior bem-estar animal.

*Adaptado para eDairyNews, com informações de Forbes

 

 

 

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