Os preços do leite e do queijo apresentaram elevação no Paraná durante o mês de julho, de acordo com o Boletim de Conjuntura Agropecuária divulgado pelo Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab), nesta quinta-feira (21).
Segundo os dados oficiais, o leite longa vida foi comercializado a R$ 5,04 nos supermercados paranaenses, enquanto o queijo muçarela alcançou R$ 52,52 o quilo. As altas registradas foram de 1,25% para o leite e 0,62% para a muçarela, conforme levantamento realizado pela Seab/Deral.
O comportamento de preços acompanha um contexto de maior oferta no mercado nacional, ainda que as condições climáticas de inverno normalmente resultem em menor produção.
Conforme o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), após uma retração nos três primeiros meses de 2025, a captação de leite apresentou crescimento entre abril e junho, com variações positivas de 2,99%, 1,13% e 3,31%, respectivamente.
Apesar da maior disponibilidade, os preços ao consumidor final seguiram tendência de alta no Paraná. Para os produtores, o cenário é um pouco diferente: o pagamento médio recebido em julho foi de R$ 2,80 por litro, valor 1,13% inferior ao mês anterior, mas ainda 1,58% acima do registrado em julho de 2024, conforme os dados oficiais do Estado.
Essa variação nos preços ocorre em um momento de ajustes no setor lácteo, que enfrenta desafios relacionados aos custos de produção, à sazonalidade da oferta e à sensibilidade do consumo interno frente às oscilações econômicas.
Segundo o Deral/Seab, a recuperação parcial da produção nacional tem contribuído para estabilizar os estoques, mas os custos logísticos e a demanda firme por derivados, especialmente no inverno, mantêm pressão sobre os preços finais.
No caso da muçarela, produto amplamente utilizado na indústria alimentícia e no consumo doméstico, a elevação foi considerada moderada, mas representa um alerta para o setor de food service, que vem registrando aumento de custos operacionais.
Para o leite longa vida, a variação também reflete o equilíbrio entre maior captação e consumo aquecido.
Especialistas do Cepea destacam que os meses de inverno tradicionalmente influenciam o mercado lácteo brasileiro, principalmente no Sul do país, onde as baixas temperaturas costumam afetar a produção de pastagens e, consequentemente, o volume de leite disponível.
Em 2025, no entanto, as condições climáticas não impediram um crescimento na captação, indicando que os produtores conseguiram manter o fornecimento, mesmo diante de custos mais elevados.
A Seab/Deral ressalta ainda que o comportamento dos preços deve ser acompanhado nos próximos meses, especialmente com a proximidade da primavera, período em que o aumento da oferta pode pressionar os valores pagos ao produtor e, possivelmente, reduzir o preço ao consumidor.
Contudo, fatores externos, como os custos de insumos e a política de importação de lácteos, também terão influência sobre o mercado paranaense.
Para o consumidor final, a alta observada em julho ainda é considerada moderada quando comparada a períodos de maior instabilidade de preços no setor.
Entretanto, associações de consumidores alertam que a manutenção dessa tendência pode impactar o orçamento familiar, sobretudo no caso do leite, item de consumo essencial.
No cenário nacional, o Paraná se mantém como um dos estados de destaque na produção de leite, contribuindo de forma expressiva para o abastecimento interno.
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a região Sul é responsável por uma fatia relevante da produção láctea brasileira, e o comportamento dos preços no estado costuma refletir o movimento observado em outras regiões.
Com a divulgação deste novo boletim, a cadeia produtiva do leite no Paraná acompanha atentamente os indicadores para projetar seus próximos passos.
Produtores, indústrias e varejistas deverão monitorar a evolução da demanda interna e o comportamento dos custos ao longo do segundo semestre de 2025, que ainda reserva incertezas relacionadas à economia brasileira e ao mercado internacional de lácteos.
*Adaptado para eDairyNews, com informações de Agrolink