ESPMEXENGBRAIND
9 set 2025
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As novas tarifas sobre queijos importados nos EUA, que chegam a 39%, já encarecem produtos e desafiam importadores a manter preços estáveis.
Tarifas pressionam mercado de queijos especiais nos EUA 📈
Tarifas pressionam mercado de queijos especiais nos EUA 📈

As tarifas sobre queijos importados nos Estados Unidos, que subiram no início de agosto, já estão transformando a cadeia de fornecimento do setor.

As novas taxas vão de 15% para a maioria dos países da União Europeia a mais de 35% sobre produtos canadenses e quase 40% para certos queijos suíços, segundo informações da Gourmet Foods International (GFI), distribuidora nacional de alimentos especiais.

Nos primeiros 60 dias após o anúncio das tarifas, a GFI conseguiu proteger clientes ao absorver parte dos custos em parceria com fornecedores.

Isso deu tempo a varejistas e restaurantes para se adaptarem, evitando repasses imediatos aos consumidores. Mas essa “trégua” terminou, conforme explicou Brewster McCall, vice-presidente de desenvolvimento de marca da GFI.

Impacto desigual entre variedades

O impacto das tarifas não é uniforme. Queijos frescos como o Brie, por exemplo, tiveram leve alívio por substituírem tarifas empilhadas anteriores. Já variedades como o Gouda quase não mudaram de preço, enquanto os suíços – especialmente Gruyère e Emmentaler – enfrentam as tarifas mais pesadas, chegando a 39%.

A GFI mantém parte do controle dos custos importando diretamente, armazenando os produtos em armazéns próprios e reduzindo intermediários.

Segundo McCall, cada elo a menos na cadeia reduz a margem de aumento que chega ao consumidor: “Quando cinco agentes precisam repassar custos, é diferente de quando apenas dois estão envolvidos”, afirmou.

Limitações e riscos na cadeia

Mesmo com essas estratégias, a flexibilidade é limitada. Queijos são perecíveis e não podem ser estocados por longos períodos sem custos adicionais de refrigeração.

Variedades de vida útil mais longa, como Gouda e Cheddar, oferecem alguma margem, mas o espaço refrigerado é caro e restrito.

Se grandes varejistas resistirem a aumentos, o efeito pode repercutir em toda a cadeia: menor demanda, fretes mais caros por item e redução na variedade disponível no mercado.

Perspectivas para o setor

Apesar das dificuldades, McCall lembra que a indústria já superou crises anteriores, incluindo a pandemia. “Sobrevivemos à COVID.

Melhoramos nossa capacidade de pensar rápido e resolver problemas”, disse. Para ele, a forma como as empresas enfrentam desafios molda seu futuro.

No curto prazo, os consumidores americanos ainda podem não perceber totalmente os aumentos no balcão de queijos, mas a tendência é de encurtamento da margem de absorção.

A GFI continuará apostando em importação direta, relacionamentos sólidos com fornecedores e gestão cuidadosa de custos para atravessar os próximos meses.

*Adaptado para eDairyNews, com informações de Dairy Processing

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