ESPMEXENGBRAIND
13 set 2025
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Estudo do Baylor College of Medicine aponta que o consumo de leite influencia bactérias intestinais benéficas e pode fortalecer a saúde digestiva.
🥛 Leite mostra efeito direto na saúde digestiva ao modular microbiota.
🥛 Leite mostra efeito direto na saúde digestiva ao modular microbiota.

Leite pode ser mais do que uma fonte de cálcio, proteína e vitamina D: segundo um estudo conduzido pelo Dr. Li Jiao, do Baylor College of Medicine (EUA), o consumo regular desse alimento estaria associado ao fortalecimento da microbiota intestinal, contribuindo diretamente para a saúde digestiva.

O papel do microbioma intestinal

O microbioma intestinal é formado por bilhões de bactérias, fungos e outros microrganismos que vivem no corpo humano, principalmente no trato digestivo. Além de auxiliar na digestão, essas bactérias participam da produção de vitaminas essenciais e da regulação do sistema imunológico.

Quando há desequilíbrio nesse ecossistema, podem surgir problemas como obesidade, doenças inflamatórias intestinais e até alterações no humor. Por isso, compreender como a dieta impacta a microbiota é hoje uma das principais linhas de pesquisa em nutrição e saúde.

Leite, queijo e seus efeitos no intestino

De acordo com os resultados apresentados por Jiao e citados pelo portal científico Earth.com, os voluntários que consumiam leite regularmente apresentaram maior presença de microrganismos benéficos, como Faecalibacterium, associado à redução de inflamações, e Akkermansia, relacionada ao controle do peso corporal e da glicemia.

“O consumo de laticínios pode influenciar a saúde do hospedeiro ao modular a estrutura e a composição da microbiota intestinal do cólon”, destacou o pesquisador.

Já o queijo mostrou um perfil distinto. Os dados indicaram diminuição de bactérias do gênero Bacteroides, comuns no intestino humano e ligadas a possíveis distúrbios digestivos.

Também houve redução de Subdoligranulum, cuja função no metabolismo ainda está em estudo. Em contrapartida, verificou-se aumento de Bifidobacterium, probiótico clássico com reconhecidos efeitos positivos na digestão.

No caso do iogurte, alimento amplamente divulgado como fonte de probióticos, a pesquisa não encontrou relação clara com mudanças significativas na microbiota. Segundo os autores, isso pode ter ocorrido porque os participantes relataram baixo consumo desse derivado, dificultando conclusões consistentes.

Limitações do estudo

A investigação acompanhou apenas 34 voluntários, em sua maioria homens idosos. Além disso, os dados sobre alimentação foram autodeclarados, o que sempre implica um risco de imprecisão. Por esses motivos, os cientistas alertam que os resultados não devem ser generalizados de imediato para toda a população.

Mesmo assim, a pesquisa reforça a importância de compreender os diferentes efeitos dos laticínios, levando em conta não apenas a quantidade, mas também o tipo de produto consumido e sua interação com a microbiota intestinal.

Um novo olhar sobre os alimentos

Esses achados se somam ao crescente corpo de evidências de que os alimentos vão além do simples fornecimento de calorias ou nutrientes. Eles participam ativamente da comunicação com os microrganismos que habitam o corpo humano, em uma relação simbiótica que pode determinar o bem-estar geral.

Para os pesquisadores, o leite se destaca como um potencial modulador da microbiota intestinal, abrindo caminho para recomendações nutricionais mais personalizadas no futuro.

Enquanto novos estudos ampliam o entendimento sobre esse diálogo invisível entre dieta e microbiota, a mensagem é clara: os laticínios continuam desempenhando um papel estratégico, não apenas para ossos fortes, mas também para um intestino saudável.

*Adaptado para eDairyNews, com informações de AS.com

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