ESPMEXENGBRAIND
15 set 2025
ESPMEXENGBRAIND
15 set 2025
Austrália avança na biossegurança com a primeira vacina de mRNA contra a febre aftosa, testada com sucesso em bovinos.
O FLI anunciou em agosto que a vacina foi testada com sucesso em bovinos.
O FLI anunciou em agosto que a vacina foi testada com sucesso em bovinos.

A Austrália está pronta para começar a produzir sua própria vacina contra a febre aftosa (FMD) em nível nacional.

Em um esforço para manter o país protegido contra a doença, a primeira vacina de mRNA contra a febre aftosa já foi testada com sucesso em bovinos.

A colaboração internacional entre a empresa norte-americana Tiba BioTech e o governo de Nova Gales do Sul (NSW) resultou em um grande avanço na luta contra a febre aftosa.

Esta é a primeira vacina de mRNA contra a febre aftosa e foi testada com sucesso no Instituto Friedrich-Loeffler (FLI), na Alemanha, em animais de grande porte. Além disso, a vacina pode ser produzida em curto período de tempo, com resposta rápida a surtos.

A Tiba BioTech confirmou que a vacina foi desenvolvida por cientistas da empresa como parte de uma colaboração internacional de pesquisa com o Instituto Agrícola Elizabeth Macarthur e o Instituto de RNA da Universidade de Nova Gales do Sul, com apoio do Departamento de Indústrias Primárias e Desenvolvimento Regional de NSW e da Meat & Livestock Australia.

Esse êxito se baseia em pesquisas anteriores sobre vacinas para o gado apoiadas pela Fundação Bill e Melinda Gates e pelo Centro Internacional de Pesquisas para o Desenvolvimento do Canadá.

Vacina sintética contra a febre aftosa

As vacinas tradicionais contra a febre aftosa envolvem grandes quantidades do vírus cultivadas sob rigorosas condições de biossegurança, enquanto as vacinas de mRNA podem ser produzidas sem esse processo.

Assim, a vacina de mRNA é totalmente sintética, considerada mais segura e muito mais rápida de produzir sem uso de material infeccioso. Segundo o FLI, as vacinas de mRNA podem ser produzidas sem exigências especiais de biossegurança.

Com esse novo desenvolvimento, a Austrália passa a ser um dos poucos países com capacidade local para produzir uma vacina contra a febre aftosa, disse o governo de Nova Gales do Sul.

“Desenvolver a capacidade de fabricação local para produzir vacinas contra doenças animais emergenciais é uma prioridade crítica […] para que possamos proteger as indústrias pecuárias da Austrália, nossa economia e nosso fornecimento de alimentos”, afirmou Tara Moriarty, ministra da Agricultura, Regional e Ocidental de NSW.

Desenvolvimento, financiamento e testes em bovinos

De acordo com o governo de NSW, a iniciativa faz parte do plano de biossegurança de 1 bilhão de dólares australianos do governo Minns, para garantir que a indústria pecuária estadual de 8 bilhões de dólares australianos e a segurança alimentar do país estejam protegidas.

O trabalho integra um projeto de 20 milhões de dólares australianos financiado pela Meat & Livestock Australia e pelo governo estadual. O desenvolvimento da vacina levou menos de 18 meses e custou aproximadamente AU$ 2,5 milhões.

O FLI anunciou em agosto que a vacina foi testada com sucesso em bovinos. Durante os testes na Alemanha, todos os animais vacinados ficaram totalmente protegidos, sem apresentar sinais de disseminação viral ou efeitos adversos, informou a Tiba BioTech.

O instituto confirmou: “Duas doses da vacina, aplicadas em intervalo de 4 semanas, oferecem ao gado proteção completa contra a doença clínica. Além disso, a disseminação do vírus em bovinos infectados após a vacinação foi reduzida a ponto de ser improvável que contaminem outros animais”.

Escalar e acelerar

O professor Pall Thordarson, diretor do Instituto de RNA da Universidade de Nova Gales do Sul, comentou no site da instituição: “Em caso de surto, são necessárias 100 mil ou até 1 milhão de doses, não apenas algumas dezenas.

Embora estejamos envolvidos no desenvolvimento pré-clínico, nosso principal papel é ampliar a vacina e acelerar sua trajetória do laboratório à produção local em grande escala”.

No entanto, antes de estar disponível e escalada para os mercados, a vacina precisa demonstrar conformidade com os padrões da Autoridade Australiana de Pesticidas e Medicamentos Veterinários.

O FLI acrescentou que ainda são necessários estudos para determinar se uma única dose pode proporcionar boa proteção e quão rápido ela se desenvolve após a vacinação.

Uma vantagem crítica

“Diferente das tecnologias atuais de mRNA, nossas vacinas podem ser armazenadas por longo prazo em temperaturas padrão de refrigeração e à temperatura ambiente por pelo menos 1 mês — uma vantagem crítica para aplicações em pecuária”, disse Peter McGrath, diretor financeiro da Tiba BioTech.

A Austrália está livre de febre aftosa desde 1872. Um surto poderia ter impacto devastador no abastecimento e exportações de carne, além de arruinar a economia australiana.

O Bureau Australiano de Economia e Ciências Agrícolas e de Recursos estima que um surto generalizado poderia custar 80 bilhões de dólares australianos à indústria pecuária ao longo de 10 anos. Já a agência científica nacional CSIRO afirma que a febre aftosa ainda é considerada a ameaça de biossegurança mais grave para o setor pecuário.

“O vírus está na Indonésia, assim como em outros países, e não seria preciso muito para que um acidente acontecesse aqui, levando-o a entrar em nosso território”, acrescentou Thordarson.

Com informações de nosso Content Partner Fedeleche

Te puede interesar

Notas Relacionadas