ESPMEXENGBRAIND
16 set 2025
ESPMEXENGBRAIND
16 set 2025
A tendência da snackificação desafia e impulsiona a indústria láctea a criar produtos práticos, nutritivos e acessíveis para múltiplos momentos de consumo.
Snackificação abre espaço para laticínios práticos e saudáveis no dia a dia.
Snackificação abre espaço para laticínios práticos e saudáveis no dia a dia.

A snackificação já é considerada uma das tendências mais fortes do mercado de alimentos e começa a transformar também o setor de lácteos.

O termo se refere à substituição ou complemento das refeições tradicionais por lanches rápidos, em pequenas porções, consumidos a qualquer hora e em qualquer lugar.

No contexto brasileiro, essa mudança de hábitos é impulsionada por rotinas intensas, maior flexibilidade no trabalho e a busca crescente por praticidade — fatores que impactam diretamente as estratégias da indústria e do varejo.

Enquanto empresas de snacks tradicionais, como General Mills, M. Dias Branco, Mineirinho e Marilan, já investem fortemente em inovação, conveniência e exposição no ponto de venda, o setor lácteo também encontra nessa tendência uma oportunidade única de expansão.

Afinal, leite, queijos e derivados são naturalmente ricos em nutrientes e podem ganhar novos formatos para atender ao consumidor em movimento.

Por que os lácteos se encaixam na snackificação

Produtos lácteos reúnem atributos que dialogam diretamente com a snackificação:

  • Nutrição completa: proteínas, cálcio e vitaminas, fundamentais para diferentes públicos.

  • Versatilidade: podem ser consumidos em versões líquidas, cremosas, sólidas ou em pó.

  • Praticidade: há espaço para embalagens individuais, porções menores e produtos prontos para beber ou comer.

Essa combinação posiciona os lácteos como aliados tanto da saudabilidade quanto da indulgência, dois pilares cada vez mais valorizados pelo consumidor.

Aprendizados da indústria de snacks

A movimentação das grandes empresas de snacks mostra caminhos que os laticínios podem seguir. A General Mills, por exemplo, investiu em embalagens atrativas, comunicação de atributos de saudabilidade e até parcerias com plataformas de streaming, como a Netflix, para lançar sabores exclusivos de pipoca.

A M. Dias Branco segmentou seu portfólio entre indulgência e bem-estar, com marcas como Piraquê, Frontera e Jasmine, reforçando saudabilidade com produtos sem glúten e livres de transgênicos. Já a Mineirinho apostou em conveniência e embalagens clean label, ampliando os pontos de exposição na loja.

E a Marilan reforçou atributos como fibras e integralidade em suas linhas, enquanto posicionava snacks em áreas de alto fluxo, estimulando a compra por impulso.

No setor de lácteos, a adaptação pode seguir lógicas semelhantes: destacar atributos nutricionais, inovar em sabores, investir em embalagens diferenciadas e organizar a categoria em múltiplos pontos da loja.

O que já se observa nos laticínios

O Brasil já tem exemplos de como a indústria láctea explora a tendência. Iogurtes em embalagens individuais, queijos em snacks porcionados e leites saborizados prontos para beber são iniciativas alinhadas ao consumo rápido e prático.

O avanço de categorias como bebidas lácteas fermentadas e snacks de queijo assado também mostra como o setor começa a competir no mesmo território dos salgadinhos e biscoitos.

Assim como os snacks tradicionais segmentam por ocasião de consumo, os laticínios podem reforçar posicionamentos específicos:

  • Energia e nutrição para o dia a dia (iogurtes proteicos, bebidas lácteas funcionais).

  • Praticidade no deslocamento (leite em caixinha, queijos fatiados em porções individuais).

  • Indulgência em momentos de lazer (sobremesas lácteas, queijos especiais em embalagens menores).

O papel do varejo

Para o varejo, a snackificação com lácteos amplia o potencial de fidelização. Ao oferecer variedade e conveniência, supermercados e padarias podem atrair consumidores que buscam soluções rápidas e equilibradas.

Pontos de exposição estratégicos, como gôndolas refrigeradas próximas a caixas ou áreas de alto fluxo, contribuem para estimular a compra por impulso.

Além disso, o shopper cada vez mais valoriza clareza nos rótulos e atributos de saúde. Nesse sentido, a indústria láctea pode reforçar diferenciais como “rico em proteínas”, “sem adição de açúcar” ou “fonte de cálcio” para competir de igual para igual com outros segmentos.

Desafios e oportunidades

A snackificação também exige ajustes na produção e no portfólio. Questões como vida útil, logística de refrigeração e formatação das embalagens são desafios técnicos para os laticínios.

Porém, o potencial de ganho é significativo: a categoria pode conquistar novos momentos de consumo e ampliar a frequência de compra.

Ao observar o movimento das grandes companhias de snacks e aplicar as lições ao seu contexto, a indústria láctea tem a chance de se consolidar como protagonista no mercado de conveniência.

O futuro da alimentação prática no Brasil pode ter nos laticínios um de seus pilares mais fortes, equilibrando sabor, nutrição e praticidade.

Escrito por Valéria Hamann, para eDairyNews, com informações de SuperVarejo

Te puede interesar

Notas Relacionadas