ESPMEXENGBRAIND
28 set 2025
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Indústria láctea europeia apoia acordo UE-Mercosul, que prevê mais acesso ao mercado e maior competitividade global para exportações de queijos.
União Europeia aposta no acordo UE-Mercosul para expandir lácteos 🌐
União Europeia aposta no acordo UE-Mercosul para expandir lácteos 🌐

A indústria láctea europeia manifestou apoio ao Acordo de Livre Comércio entre a União Europeia (UE) e o Mercosul, considerando-o uma oportunidade histórica para ampliar o acesso a mercados estratégicos.

A posição foi expressa pela European Dairy Association (EDA), entidade que representa o setor lácteo no continente, e contrasta com a postura crítica do COPA-COGECA, organização que reúne agricultores e cooperativas da União.

Segundo estimativas da Comissão Europeia, o tratado poderá elevar em quase 50% as exportações agroalimentares do bloco, com impacto significativo para os produtos lácteos.

Entre os pontos centrais está a eliminação de tarifas e barreiras não tarifárias, além da criação de um contingente tarifário de 30 mil toneladas de queijo, um volume dez vezes superior ao atual exportado pela UE aos países do Mercosul.

Benefícios para a indústria láctea

A EDA destaca que o acordo fortalece a competitividade internacional do setor, responsável por gerar, em 2024, mais de 18 bilhões de euros para a balança comercial da União Europeia.

O segmento lácteo europeu também garante emprego a mais de 45 mil pessoas diretamente ligadas às exportações, o que reforça a importância do livre comércio para a sustentabilidade econômica e social.

De acordo com a associação, o pacto com o Mercosul — formado por Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai — abre a possibilidade de diversificar destinos de exportação em uma região com consumo crescente de lácteos de alto valor agregado, especialmente queijos.

Divergências no setor agrícola europeu

Apesar do entusiasmo da indústria, o acordo não conta com consenso dentro do agronegócio europeu. O COPA-COGECA expressou preocupação de que o aumento das importações de produtos agroalimentares do Mercosul possa gerar concorrência desleal para agricultores locais, sobretudo em setores mais vulneráveis.

A organização teme ainda que os padrões ambientais e de bem-estar animal da UE não sejam plenamente respeitados pelos países do Mercosul, criando uma assimetria regulatória que poderia afetar a competitividade de produtores europeus.

Comércio mais livre e sustentável

A EDA, por sua vez, considera que o tratado representa um avanço em direção a um comércio mais livre, justo e sustentável, alinhado às metas de abertura de mercados da União Europeia.

Para a entidade, a ampliação do acesso ao Mercosul permitirá consolidar a posição da Europa como líder global em exportações lácteas de qualidade, além de gerar novas oportunidades de negócios para cooperativas e indústrias.

Outro ponto relevante ressaltado pela associação é que a UE já possui uma balança comercial positiva no setor lácteo, com destaque para queijos, leite em pó e ingredientes de alto valor agregado.

O acordo ampliaria essas vantagens em uma região que, ao mesmo tempo em que é produtora de leite, apresenta forte demanda por produtos diferenciados.

Perspectivas

O debate em torno do acordo UE-Mercosul deve seguir intenso nos próximos meses. A negociação, que se arrasta há mais de duas décadas, entrou em sua fase final após avanços diplomáticos recentes. Caso seja ratificado, o tratado poderá criar um dos maiores espaços de livre comércio do mundo, abrangendo mais de 700 milhões de consumidores.

Enquanto o COPA-COGECA segue pedindo salvaguardas adicionais para proteger agricultores, a EDA insiste que a abertura de mercado é fundamental para manter a liderança global da União Europeia no comércio lácteo.

O futuro do acordo dependerá da aprovação nos parlamentos nacionais e no Parlamento Europeu, onde a divisão entre diferentes setores do agronegócio pode pesar no resultado final.

Ainda assim, para a indústria láctea, a mensagem é clara: o Mercosul representa uma janela estratégica para expandir presença e consolidar a marca europeia no cenário internacional.

*Adaptado para eDairyNews, com informações de seu Content Partner Fedeleche

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