A cooperativa neozelandesa Fonterra encerrou o ano fiscal de 2025 com um lucro de NZ$1,7 bilhão, acima dos NZ$1,5 bilhão obtidos no exercício anterior.
O resultado líquido, após impostos, alcançou NZ$1,1 bilhão, equivalente a ganhos de 65 centavos por ação, segundo dados divulgados pela companhia e reportados pelo McPherson Media Group em 25 de setembro.
Com operações globais que incluem negócios na Austrália, a Fonterra registrou receita total de NZ$26 bilhões. Desse montante, foram distribuídos NZ$16,2 bilhões em retornos de caixa a seus acionistas.
Pagamento recorde a produtores
Um dos destaques do período foi o preço final pago pelo leite na porteira. A cooperativa fixou o valor da temporada 2024/25 em NZ$10,16 por quilo de sólidos lácteos, o que representa NZ$15,3 bilhões destinados a produtores da Nova Zelândia.
Esse montante foi NZ$3,8 bilhões superior ao registrado no ano anterior, reforçando o papel da entidade como motor econômico para a base de seus associados.
O dividendo anual somou 57 centavos, totalmente imputados, o que resultou em NZ$916 milhões em pagamentos a acionistas e detentores de unidades. O valor dividiu-se entre 22 centavos na etapa intermediária e 35 centavos na final, situando-se no limite superior da política de dividendos da empresa.
Estratégia de crescimento e visão global
De acordo com o CEO Miles Hurrell, o ano fiscal de 2025 foi um dos mais sólidos da cooperativa em termos de retorno ao produtor.
“Continuamos a ver boa demanda de clientes globais pelos nossos produtos de alta qualidade, feitos com o leite dos agricultores neozelandeses, e isso está impulsionando os retornos tanto pelo preço do leite na fazenda quanto pelos dividendos”, declarou.
Hurrell reiterou a visão estratégica da companhia: ser a fonte dos laticínios mais valorizados do mundo. Para isso, a Fonterra tem concentrado esforços em consolidar-se como fornecedora B2B de nutrição láctea, com forte atuação nos segmentos de Ingredients e Foodservice.
Venda de ativos globais à Lactalis
Como parte dessa estratégia, a cooperativa concluiu um processo robusto de desinvestimento em seus negócios globais de consumo e unidades associadas. O movimento resultou em um acordo para a venda desses ativos ao grupo Lactalis, por NZ$4,22 bilhões, sujeito a aprovações regulatórias.
Essa transação inclui a divisão Oceania, que abrange também as operações da Fonterra na Austrália. Para Hurrell, a medida permitirá ao grupo direcionar mais recursos para os canais de maior valor agregado, alinhando investimentos às áreas de maior crescimento.
Novos investimentos previstos
Além da venda de ativos de consumo, a Fonterra está preparando um plano de investimentos de até NZ$1 bilhão para os próximos três a quatro anos. Os projetos devem concentrar-se em ampliar a capacidade industrial e gerar maior eficiência operacional, com foco em atender à crescente demanda mundial por produtos de valor agregado.
Segundo a companhia, a prioridade será fortalecer ainda mais os canais de Foodservice e Ingredients, que já vêm apresentando forte performance e sustentando o crescimento global da cooperativa.
Perspectiva positiva
Com resultados financeiros robustos e uma clara estratégia de reposicionamento, a Fonterra segue consolidando sua posição como líder mundial no setor lácteo. O aumento expressivo dos pagamentos a produtores, aliado a uma política de dividendos consistente, reforça a importância da cooperativa na Nova Zelândia e no mercado internacional.
O acordo com a Lactalis, somado aos investimentos futuros em capacidade produtiva e inovação, deve redesenhar o perfil da companhia, tornando-a cada vez mais focada em segmentos de alto valor agregado.
Para os mais de 9.000 produtores associados, os resultados de 2025 confirmam a solidez da estratégia e apontam para uma fase de crescimento sustentado.
*Adaptado para eDairyNews, com informações de Dairy News Australia