ESPMEXENGBRAIND
29 set 2025
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🐄 Produção de leite no Brasil chega a 35,7 bilhões de litros em 2024, com recorde histórico e avanço de produtividade.
📊 Produção de leite cresce 1,4% em 2024 e movimenta R$ 87,5 bi no Brasil, aponta o IBGE.
📊 Produção de leite cresce 1,4% em 2024 e movimenta R$ 87,5 bi no Brasil, aponta o IBGE.

A produção de leite no Brasil alcançou em 2024 a marca histórica de 35,7 bilhões de litros, segundo dados da Pesquisa da Pecuária Municipal (PPM) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados em setembro de 2025.

O resultado representa um crescimento de 1,4% em relação a 2023 e reforça a importância do país no cenário global do setor lácteo.

Apesar da redução de 2,8% no número de vacas ordenhadas, que somou 15,1 milhões de cabeças – o menor efetivo desde 1979 –, a produtividade por animal aumentou significativamente, sustentando o avanço na produção.

Esse desempenho reflete os investimentos crescentes em tecnologia, genética, nutrição e manejo mais eficiente, que permitem maior rendimento por vaca.

Segundo o IBGE, o setor movimentou R$ 87,5 bilhões em 2024, confirmando a relevância econômica da cadeia leiteira para o agronegócio brasileiro.

Minas Gerais e Paraná lideram o mapa do leite

O levantamento mostra que Minas Gerais segue como o maior estado produtor, responsável por aproximadamente 25% do leite nacional. A força da pecuária leiteira mineira se deve ao grande número de pequenas e médias propriedades familiares que sustentam a atividade, preservando a tradição produtiva.

No Sul, o destaque é o Paraná, que se consolida pela alta produtividade por vaca, acima da média nacional. O município de Castro (PR) liderou o ranking nacional em 2024, com 484,4 milhões de litros, crescimento de 6,7% em relação ao ano anterior.

Em seguida aparecem Carambeí (PR), com 293,1 milhões de litros, e Patos de Minas (MG), com 226,9 milhões. Esses municípios exemplificam a eficiência do modelo de produção baseado em gestão profissionalizada e cooperativismo.

Menos vacas, mais eficiência

De acordo com Mariana Oliveira, analista do IBGE, a redução do rebanho leiteiro está ligada ao ciclo da pecuária e ao aumento do abate de fêmeas nos últimos anos, impulsionado pela valorização da arroba e do bezerro.

“Esse movimento acabou pressionando o número de animais disponíveis para a produção de leite, mas a eficiência cresceu, compensando a queda em efetivo”, explicou Oliveira.

A melhoria na produtividade é atribuída ao avanço das tecnologias de ordenha robotizada, ao melhoramento genético e ao uso de suplementos nutricionais, aliados à intensificação das pastagens. Esses fatores permitem maior volume de leite por vaca, contribuindo para a competitividade do Brasil no mercado internacional.

Preço pago ao produtor e rentabilidade

O preço médio do litro de leite pago ao produtor foi de R$ 2,45 em 2024, alta de 7,9% frente ao ano anterior. Embora o aumento seja positivo, produtores relatam que os custos de produção continuam pressionando a rentabilidade, especialmente pelos preços do milho e da soja, insumos fundamentais para a alimentação do rebanho.

Em Minas Gerais e no Paraná, agricultores destacam que, nas pequenas propriedades, as margens permanecem estreitas, enquanto grandes fazendas conseguem diluir custos e obter ganhos consistentes com o uso de tecnologia e escala produtiva.

Perspectivas para o setor

Especialistas apontam que o crescimento da produção de leite no Brasil deve continuar sustentado principalmente pelo aumento da produtividade e não pela expansão do rebanho.

O país já figura entre os maiores produtores mundiais, mas ainda precisa avançar na agregação de valor, com derivados lácteos de maior qualidade e melhor inserção internacional.

A expectativa é de que sistemas integrados, como a integração lavoura-pecuária, e a recria intensiva ganhem relevância, reforçando a sustentabilidade e a competitividade da cadeia.

Municípios como Castro e Carambeí consolidam-se como exemplos de que gestão profissionalizada, inovação tecnológica e cooperativismo são caminhos estratégicos para o futuro do leite brasileiro.

 

*Adaptado para eDairyNews, com informações de Diário do Acre

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