ESPMEXENGBRAIND
30 set 2025
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Mais proteína, menos açúcar e zero lactose: o leite ultrafiltrado ganha espaço nos Estados Unidos e desafia tanto o leite tradicional quanto as versões vegetais.
Leite ultrafiltrado
Uma nova opção láctea que marca tendência: assim é o leite ultrafiltrado, que ganha espaço em relação ao tradicional e às opções vegetais.

Uma nova estrela no mercado de lácteos

Em meio à popularidade dos leites vegetais e produtos à base de plantas, uma nova tendência está ganhando força nos Estados Unidos: o leite ultrafiltrado. Diferente das bebidas alternativas, essa inovação utiliza leite de verdade, mas passa por um processo de filtragem avançado que melhora sua composição nutricional.

Marcas como Slate Milk e Fairlife lideram essa transformação, oferecendo um leite de “última geração”, mais rico em nutrientes, com menos lactose, menos açúcar e muito mais proteína.

O que é leite ultrafiltrado e como ele é produzido?

O leite ultrafiltrado é obtido por meio de uma técnica chamada ultrafiltração por pressão, que separa compostos menores da bebida, como água, lactose, minerais e vitaminas hidrossolúveis (como as do complexo B).

O que resta é um líquido concentrado em nutrientes essenciais, com destaque para as proteínas do leite, cálcio e vitaminas lipossolúveis como A e E — fundamentais para imunidade, visão e saúde da pele.

Esse processo atende a uma demanda crescente de consumidores que buscam alimentos mais funcionais, com alto valor nutricional e menos elementos que causam desconforto digestivo, como a lactose.

Comparação nutricional: por que é considerado melhor?

Veja a comparação entre uma xícara (240 ml) de leite comum e uma de leite ultrafiltrado:

Nutriente Leite comum Leite ultrafiltrado
Proteína 8 g 13 a 18 g
Cálcio 300 mg até 500 mg
Açúcares (lactose) 12 g 6 a 9 g

Algumas versões são ainda fortificadas com vitaminas e minerais, o que torna o produto ainda mais interessante do ponto de vista funcional e esportivo.

Para quem o leite ultrafiltrado é ideal?

Embora seja adequado para a maioria das pessoas, esse leite é especialmente recomendado para três grupos:

  1. Intolerantes à lactose:
    A retirada quase completa da lactose evita sintomas como inchaço, gases e diarreia.

  2. Atletas e praticantes de atividades físicas:
    O alto teor de proteína contribui para recuperação e regeneração muscular, sendo ideal para consumo pós-treino.

  3. Pessoas com diabetes ou controle glicêmico:
    Com menos carboidratos e sem açúcar adicionado, é uma opção mais segura do que o leite tradicional.

Atenção: Pessoas com alergia à proteína do leite não devem consumir o produto, pois a ultrafiltração não elimina as proteínas alergênicas, como a beta-lactoglobulina.

Sabor, textura e validade

O leite ultrafiltrado tem uma textura mais cremosa e um sabor levemente adocicado, mesmo sem adição de açúcares. Isso ocorre porque a lactose é metabolizada durante o processo.

É possível usá-lo normalmente em receitas — como bolos, panquecas, molhos e cafés — sem alterar o sabor final. Na maioria dos casos, a diferença em relação ao leite comum é quase imperceptível.

Sua validade também é superior. Como muitos produtos são ultrapasteurizados, podem durar até 14 dias na geladeira após abertos, enquanto o leite tradicional dura cerca de 7 dias.

Preço e acessibilidade

O principal desafio ainda é o preço mais alto. Os motivos incluem:

  • Tecnologia de processamento mais complexa e cara

  • Menor escala de produção (produto de nicho)

  • Embalagens especiais para conservação

No entanto, com o crescimento da demanda e a entrada de novos fabricantes, os custos tendem a se reduzir, tornando o produto mais acessível nos próximos anos.

Tendência de curto prazo ou revolução de mercado?

O leite ultrafiltrado ainda representa uma fatia pequena do mercado lácteo dos Estados Unidos, mas seu crescimento é rápido e consistente. Marcas como Slate Milk vêm recebendo milhões de dólares em investimentos para expandir sua distribuição e criar novos produtos — incluindo shakes proteicos e sabores como caramelo, cookies & cream e morango.

Esse “superleite” oferece uma resposta equilibrada à busca por alimentos que combinem sabor, funcionalidade e saúde. Em um mercado cada vez mais orientado por escolhas conscientes, ele surge como um forte concorrente das bebidas vegetais e da própria leiteira tradicional.

Para que essa tendência ganhe força em países como o Brasil, será preciso investir em educação do consumidor, redução de custos e adaptação tecnológica. O cenário é promissor.

Adaptado para eDairyNews, com informações de Gazeta SP

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